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O sacerdote que atinge a terceira idade reúne em si a soma das experiências vividas na comunidade onde foi capaz de se identificar com o seu povo – qual pastor ao seu rebanho – deixando, muitas vezes, um legado de fé e tradição construído a várias mãos. A valorização dos padres idosos significa o reconhecimento e a importância da sua existência e de seus ensinamentos, sobretudo, em tempos de cultura do descarte, em que o imperativo da atualidade insiste na “substituição do velho pelo novo”, o que também se deve ao “culto à novidade”, que cada vez mais silencia os mais velhos, os que têm alguma coisa a ensinar. Nessa perspectiva, o Papa Francisco insistiu em defender a sabedoria das idades.
O Papa Francisco, até o término de sua vida terrena, soube ensinar e transmitir ao mundo inteiro os valores que contam para uma existência feliz. E o que conta para uma existência feliz não diz respeito apenas aos ganhos, mas também às perdas. Isso significa valorizar a memória que não se traduz tão somente como uma lembrança daquilo que constitui o ser, mas tudo que o cerca. Por isso, no livro “A Sabedoria das Idades” (2018), o Papa Francisco destaca que, por trás da vida de cada idoso, há uma lição de vida. Lição como resultado das mais variadas experiências de vida que só uma pessoa de mais idade terá a transmitir. Contudo, na mesma obra, o Papa não minimiza o quanto o jovem pode oferecer. Mas é preciso olhar para os que nos antecederam, até mesmo para ressignificar algumas posturas, no tempo presente da nossa história.
Tradando desse tema, em nosso contexto, podemos dizer que, na Arquidiocese de Natal/RN, vivemos um feliz momento, no qual predomina um presbitério majoritariamente jovem; no entanto, temos que constatar nesse cenário, quatorze sacerdotes idosos do clero local, acima de 75 anos (eméritos), cujos rosto e nome, passamos a elencar: Agnelo Barreto, Agostin Calatayud, Alfredo Oliveira, Inácio Loyola, José Freitas Campos, José Mário, José Zilmar Andrade, João Medeiros, Lucas Batista, Luiz Martins, Manoel Rodrigues, Tomás Neto, Pedro Ferreira e Valdemar Fernandes, além dos três arcebispos eméritos, D. Heitor de Araújo Sales, D. Matias Patrício de Macêdo e D. Jaime Vieira Rocha, que dentro dos seus limites de faixa etária, entre outros, continuam atuando nesta Igreja particular.
Eles simbolizam um conteúdo de sabedoria e vida que se constitui para as gerações jovens um ensinamento a transmitir. Nesse sentido, o Papa Francisco, enfatiza que a velhice não é uma doença, mas um privilégio e uma benção, e que os idosos têm um papel crucial a desempenhar, especialmente no que diz respeito à transmissão da fé, sabedoria e experiência (FRANCISCO aos Padres Idosos, 2021).
Rezemos por estes, que no seu anonimato, rezam por nós.