Somos a Comissão Arquidiocesana de Diáconos, Órgão pertencente a Arquidiocese de Natal, o qual está situado à Avenida Floriano Peixoto 500, Centro Administrativo Pio X, subsolo da Catedral Metropolitana de Natal/RN, CEP 59149-500.
Esta Comissão tem a finalidade primordial de evangelizar com a colaboração do seu corpo diaconal, o qual está presente em quase todo o território arquidiocesano, onde leva a palavra de Deus nas mais diferentes atividades, sejam, em Subcomissões, sejam, em atividades direcionadas pelo próprio Arcebispo Metropolitano.
Hoje a Arquidiocese conta com mais de 100 Diáconos Permanentes, os quais estão presentes nas mais variadas funções e paróquias da capital e também por toda a região geográfica arquidiocesana, e todos instruídos e guiados pelo Arcebispo Titular para fazer propagar os preceitos evangélicos deixados por Jesus, sempre em consonância com a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja Particular de Natal.
O DIÁCONO PERMANENTE NA IGREJA CATÓLICA
"Com o sacramento da ordem por instituição divina, alguns dentre os fiéis, mediante o caráter indelével com o qual são marcados, são constituídos ministros sagrados; isto é, aqueles que são consagrados e destinados a servir, cada um no seu grau, com novo e peculiar título, o povo de Deus.
" (...)"Aqueles que são admitidos na ordem do episcopado ou do presbiterato recebem a missão e a faculdade de agir na pessoa de Cristo Cabeça; os diáconos, ao invés, estão habilitados a servir o povo de Deus na diaconia da liturgia, da palavra e da caridade".
Código de Direito Canônico, Artigos 1 e 2, Can. 1008 e 1009.
São Lourenço, Diácono e Mártir
O testemunho deste santo mártir, nascido na Espanha, na primeira metade do século III, destaca-se pela sua piedade e caridade. Após a sua eleição, o Papa Sisto II confiou-lhe a função de arquidiácono. Como responsável das atividades caritativas na diocese de Roma, Lourenço administrou os bens e as ofertas para prover às necessidades dos pobres, órfãos e viúvas.
Custódio dos “tesouros da Igreja”
Sua juventude foi abalada pelo drama da perseguição. No ano 258 d.C., foi emanado um decreto do imperador Valeriano, com o qual todos os bispos, presbíteros e diáconos deveriam ser condenados à morte.
Lourenço, alguns diáconos e o Papa Sisto II foram presos. O Pontífice foi assassinado no dia 6 de agosto. Em um primeiro momento, o imperador poupou a vida de Lourenço, ao qual pediu que lhe entregasse os “tesouros da Igreja”. Então, ele apresentou ao imperador os enfermos, os indigentes e os marginalizados, dizendo-lhe: “eis os tesouros da Igreja”. Quatro dias depois, no dia 10 de agosto, São Lourenço também foi martirizado.
Assado vivo em uma grelha
Segundo uma antiga “Paixão”, coletada por Santo Ambrósio, São Lourenço foi queimado em uma grelha.
Santo Ambrósio, em “De Officiis”, narra um encontro imaginário entre Lourenço e o Papa Sisto II, ao longo da via do martírio. No encontro, Lourenço diz: «Para aonde o senhor vai, pai, sem seu filho? Aonde vai com tanta pressa, santo bispo, sem o seu diácono? O senhor nunca ofereceu um sacrifício sem seu ministro. O que lhe desagradou de mim, pai? Talvez, o senhor acha que eu seja indigno? Procure ver se escolheu um ministro indigno para a distribuição do sangue do Senhor! Será que vai rejeitar aquele, que admitiu aos divinos mistérios, como seu companheiro na hora de derramar o sangue?»
Do martírio à glória
O martírio é uma prova suprema de amor.
Em uma homilia, São Leão Magno comenta assim o suplício de São Lourenço: “As chamas não devastaram a caridade de Cristo; o fogo que o queimava por fora era mais brando do que aquele que ardia por dentro”.
E acrescenta: “O Senhor quis exaltar o seu nome glorioso no mundo inteiro, do Oriente ao Ocidente, - sob o fulgor vivíssimo da luz irradiada pelos maiores diáconos, - a tal ponto que, a mesma glória que Estêvão levou a Jerusalém coube a Roma, pelos merecimentos de Lourenço”.
A Basílica de São Lourenço e a igreja em Panisperna
Após a sua morte, o corpo de São Lourenço foi deposto em uma sepultura na Via Tiburtina.
Naquele lugar, o imperador Constantino mandou construir uma basílica, restaurada no século XX, por causa dos danos, durante a Segunda Guerra Mundial, provocados pelos bombardeios americanos em Roma, em 19 de julho de 1943.
No lugar do seu martírio, foi construída uma igreja, dedicada a São Lourenço, em Panisperna. Segundo algumas fontes, este nome derivaria do costume, por parte dos Frades e Clarissas, de distribuir aos pobres, no dia 10 de agosto, “panis et perna”, ou seja, pão e presunto.
A poesia “X agosto”
O suplício de São Lourenço inspirou também obras de arte, provérbios populares e poesias.
Giovanni Pascoli escreve assim em sua poesia “X agosto”: “Eu sei porquê no dia de São Lourenço caem e brilham tantas estrelas no espaço sideral. Porque um pranto tão grande assim ilumina o côncavo do céu”...
São Lourenço, Padroeiro dos Diáconos
São Lourenço: os pobres são as estrelas e os tesouros da Igreja
Morto como mártir de Cristo, São Lourenço é Padroeiro dos Diáconos. Por ocasião da sua festa, celebrada hoje 10 de agosto, o céu, à noite, se ilumina de rastros luminosos. O fenômeno ocorre por uma chuva de meteoritos. O Diácono de Roma morreu martirizado durante a perseguição do imperador Valério no ano 258
Por Amedeo Lomonaco – Vatican News
O terceiro santo padroeiro da cidade de Roma depois dos santos Pedro e Paulo, Lourenço nasceu na Espanha na primeira metade do século III. Foi diácono da Igreja de Roma em uma época de perseguição dos cristãos. Ele administrava bens e ofertas para suprir as necessidades dos pobres, órfãos e viúvas. Em 258 d.C., o imperador Valério emitiu um édito segundo o qual todos os bispos, presbíteros e diáconos seriam condenados à morte. O pontífice, Papa Sisto II, tinha sido morto em 6 de agosto. Inicialmente, Lourenço foi poupado com o objetivo de obter informações sobre os bens da comunidade. Mas Lourenço, depois de distribuir aos pobres os poucos bens que a Igreja tinha na época, apresentou uma multidão de pobres, aleijados e cegos às autoridades romanas e disse: "Estes são os tesouros da Igreja".
Portanto, o martírio de São Lourenço foi 4 dias depois do Papa e de acordo com uma antiga "paixão", extraída dos escritos de Santo Ambrósio, foi queimado em uma grelha de ferro. No "De Officiis" Santo Ambrósio imagina um encontro no caminho do martírio. No texto, Lourenço faz algumas perguntas ao Papa Sisto II. "Pai, para onde vais sem o teu filho? Para onde te apressas, santo bispo, sem teu diácono? Jamais ofereceste o sacrifício sem o teu ministro. O que fiz para desagradá-lo, pai? Talvez me consideres indigno? Provai-me, e vejas se escolheste um ministro indigno para a distribuição do sangue do Senhor. Talvez recuses àquele que admitiste aos mistérios divinos de ser teu companheiro no derramamento do sangue"?
Nas pegadas de São Lourenço
O testemunho de São Lourenço vai além do período histórico em que o diácono da Igreja de Roma viveu. Ao encontrar os diáconos permanentes da diocese de Roma em 19 de junho de 2021, o Papa Francisco entrelaça o exemplo de São Lourenço com os desafios atuais. E ele os exorta a "se inspirarem nas raízes da Igreja":
"A diminuição do número de sacerdotes levou a um compromisso predominante dos diáconos com tarefas de substituição que, por muito importantes que sejam, não constituem a natureza específica do diaconado. São tarefas de substituição. O Concílio, depois de falar de serviço ao Povo de Deus ‘no ministério da Liturgia, da palavra e da caridade’, sublinha que os diáconos são sobretudo — sobretudo — ‘consagrados aos ofícios da caridade e da administração’. A frase remonta ao início dos séculos, quando os diáconos se ocupavam em nome e por conta do bispo das necessidades dos fiéis, especialmente dos pobres e dos doentes. Podemos também recorrer às raízes da Igreja de Roma. Não penso apenas em São Lourenço, mas também na decisão de dar vida às diaconias. Na grande metrópole imperial foram organizados sete lugares, distintos das paróquias e distribuídos pelos municípios da cidade, nos quais os diáconos realizavam um trabalho intenso a favor de toda a comunidade cristã, em particular dos ‘últimos’, de modo que, como dizem os Atos dos Apóstolos, nenhum entre eles fosse necessitado. Por esta razão, em Roma, procurou-se recuperar esta antiga tradição com a diaconia na igreja de Santo Estanislau".
Estrelas cadentes
A noite de São Lourenço é tradicionalmente associada com o fenômeno das estrelas cadentes. São consideradas evocativos das brasas ardentes sobre as quais o santo foi martirizado. Neste momento, a Terra passa pela chuva de meteoritos Perseidas. No poema intitulado "10 de agosto", Giovanni Pascoli interpreta a "chuva" de estrelas cadentes como um rio de lágrimas celestiais:
São Lourenço, eu sei porque cai e cintila
tanta estrela nesse espaço tranquilo,
porque é um grande pranto o que resplandece
nesse côncavo céu.