“Se Jesus quer, eu também quero”: foi com essa frase que Lucas Mancilha, à imitação da Beata Chiara Luce, abraçou a cruz que lhe era imposta
Com apenas 25 anos e recém casado, Lucas foi diagnosticado com leucemia mieloide crônica, doença de rápida progressão que lhe tirou a vida apenas 3 dias depois da descoberta. O jovem morreu em odor de santidade por conta de seu testemunho de docilidade a Deus e amor à Igreja.
Nascido em 18 de maio de 1993, em São Leopoldo, município da região metropolitana de Porto Alegre-RS, Lucas cresceu em uma família católica. Mas foi aos 11 anos que teve sua fé despertada a partir de uma experiência querigmática proporcionada por um movimento de sua diocese. A partir dali, vivia com fidelidade sua vida de oração, recorria à direção espiritual e exercia seu apostolado principalmente entre os adolescentes e jovens.
Lucas Mancilha era fascinado pela vida dos santos, e tinha o sonho de ser mártir. “Ser mártir é ir direto para o céu, sem purgatório”, afirmava com esperança. Ao perceber que Deus não o chamava ao martírio, foi tomado por uma grande tristeza. Somente se recuperou depois da visita de uma intuição: “não posso ser mártir, mas posso oferecer a Jesus as dores de uma doença”.
Esta doença chegaria, mas não antes dele ter tido a oportunidade de viver uma vida extraordinariamente comum. Estudou, trabalhou, atuou de forma ativa em sua igreja local, buscou sua vocação, namorou, noivou e casou. Foi um jovem normal que viveu bem inserido no mundo, abraçando a realidade, mas sem deixar de olhar para o céu.
Pouco tempo depois do casamento - que ocorreu no dia 13 de outubro de 2018 -, os sintomas da leucemia começaram a aparecer. Cansaço excessivo e hematomas pelo corpo o levaram à investigação e ao diagnóstico. Assim que recebeu a notícia da doença, já no hospital, Lucas pediu à sua mãe somente duas coisas: a Bíblia e o livro “25 minutos - a vida de Chiara Luce Badano”, jovem italiana vítima de um câncer e que está em processo de canonização.
No dia 7 de dezembro de 2018, 3 dias depois de ter descoberto a doença, Lucas faleceu. Antes teve a oportunidade de confessar-se, receber a unção dos enfermos e despedir-se dos seus. Fez sua Páscoa às vésperas da Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria, por quem nutria uma profunda devoção ao rezar o terço todos os dias.
O velório, realizado na Paróquia Nossa Senhora das Graças, contou com a participação de um grande número de jovens, e se tornou um grande momento de oração. O corpo de Lucas foi sepultado no cemitério localizado atrás da mesma igreja.
Até hoje o testemunho de Lucas Mancilha continua tocando os corações daqueles que o conheceram. Seu túmulo é visitado por muitas pessoas que, de forma privada, pedem a sua intercessão.
Sua vida dedicada à evangelização e a forma heroica como suportou a doença se tornaram um precioso testemunho para os jovens.