segunda-feira, 8 de setembro de 2025

OS ANJOS DECAÍDOS E O PECADO NO MUNDO

A palavra angelomaquia está no centro de uma obra clássica inglesa, de difícil compreensão. A guerra dos anjos decaídos. Milton (2018, p. 8), nos diz que “não é pela imposição, mas pela vontade livre e mal-guiada que a humanidade se desgarra de Deus”. O pecado se cobre com sangue questiona o autor. De onde vieram as peles que cobriram a vergonha de nossos primeiros pais? Quais foram os animais mortos e sacrificados para encobrir seu pecado? Essa prática perdurou por longas datas até que o Cordeiro de Deus se imolasse em sacrifício por nós.

            Enquanto a Virgem Maria, tem em uma de suas virtudes, a “humildade profunda”, no oposto temos o inimigo de Deus com sua profunda soberba, orgulho. Se a Mãe do Redentor tem uma obediência cega a Deus, ele é o desobediente, enquanto ela, santa, tem uma pureza divina, ele é a depravação, e isso muito me assusta com as roupas que as pessoas vestem hoje, levados pelo secularismo, parece não haver pudor.

            A soteriologia é uma área da Teologia Sistemática, responsável por tratar do estudo das doutrinas religiosas da salvação humana. Nessa questão entra o pecado dos primeiros pais, enganados foram pela serpente, diferente dos anjos decaídos que sabiam, tinham consciência de sua soberba. Ninguém fica ou entra no céu sem passar por duras provações, nem mesmo os anjos foram poupados, até o Filho de Deus que não tinha pecado, depois que pisou na Terra padeceu por nós, “no mundo tereis aflições, mas, coragem eu venci o mundo” Cf. João 16, 33.

            Após decaído, Lúcifer e seus asseclas, são tomados pela vaidade, conforme diz Milton (2018, p. 13), “sua vaidade, o alça à condição de soberano dos infernos e arqui-inimigo de Deus, de destruidor da obra divina e perdição de seus súditos”. Sua soberba foi tamanha, diz o autor inglês, “sua falta de lugar no cosmos, seu isolamento e sua busca pela autodestruição não são típicas do que se experimenta em regimes totalitários?”.

            O Diabo não é criativo, é repetitivo, e a sua única arma é a argumentação, “sereis como deuses”, Cf Gn. Nos lembrava disso no período da Teologia Sistemática o Padre Lindemberg, no Rio de Janeiro, durante a formação diaconal. “Deus está do lado dos que sofrem”, afirmava nosso papa Bento XVI em sua obra, dos humildes.

            O inimigo de Deus usou a Palavra para tentar Jesus no deserto, a Lei usada pelos Fariseus, Mestres da lei, zelotas e herodianos, não havia misericórdia, eles interrogavam Jesus com a Lei, por que Ele a descumpria e colhia espigas e curava no sábado – diziam eles - mas, nos ensinava o nosso querido Papa João Paulo II, que o coração dos evangelhos era a parábola do filho pródigo.

            Nos lembrava o santo polonês, que se o pai fosse cumprir a lei com o filho, que já havia gastado toda a sua herança, o mandaria embora, no entanto o pai alegrou-se com a presença do filho, sabia o tamanho de suas roupas, deu-lhe roupa nova, também anel e sandália. Aonde acaba a lei começa a misericórdia.

            Nos ensina a Santa Madre Igreja, que pecamos ao pensarmos, falarmos, agirmos e até se nos omitirmos. Falar menos, nos lembra o Cardeal Sarah, é uma boa virtude que aprendemos da Virgem do Silêncio, pois “em um movimento inverso, o mundo moderno transforma aquele que ouve em um ser inferior”, mas muitos dos que falam são rasos, sem espiritualidade, sem conhecimento sobre o assunto, uma verdadeira “doxa”, Sarah (2017, p. 45).

            Também nos afirma Sarah (2017, p. 45), que “o silêncio é a maior liberdade do ser humano. Nenhuma ditadura, nenhuma guerra, nenhuma barbárie pode lhe subtrair esse tesouro divino”. Que o nosso coração seja bom, manso e humilde como o Vosso meu Senhor, e que a Mãe Santíssima nos ajude em nossa jornada terrena.

SALVE MARIA SANTÍSSIMA!

 

REFERÊNCIAS

CARVALHO, César e Carvalho, Mara. Consagra-te: devocionário. Natal: Mater Dei, 2012.

CARVALHO, César e Carvalho, Mara. Consagra-te: Venha a nós o Vosso Reino. Natal: Mater Dei, 2012.

CARTA ENCÍCLICA, DIVES IN MISERICORDIA do sumo pontífice JOÃO PAULO II sobre a misericórdia divina. Disponível em https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_30111980_dives-in-misericordia.html acesso em 07/09/2025.

MONTFORT, São Luís Maria Grignion de. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. São Paulo: Paulus, 2010.

MILTON, John. Paraíso perdido. São Paulo: Martin Claret, 2018.

RATZINGER, Joseph. BENTO XVI, Papa. Jesus de Nazaré: da entrada em Jerusalém até a ressurreição. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2011.

SARAH, Robert. A Força do Silêncio: Contra a Ditadura do Ruído. Paulus Editora, 2017

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