Cada membro da igreja, cada pessoa, é uma preciosidade única, pois Deus te ama pessoalmente e incondicionalmente. Mas para termos esse encontro pessoal e incondicional precisamos escutar sua voz. É necessário retirar-se de si mesmo, não dos outros nos disse Dom Osvino Both, arcebispo emérito do OMB, por ocasião de suas pregações no retiro, nos fazendo refletir simples indagações de que o silêncio é a grande lição de Deus.
-Quem estava com Maria na
Anunciação?
-Quem estava com Moisés na Sarça o
no Horeb?
-Quem estava com Jesus ao subir o
monte tantas vezes?
Como se pode aprender da Bíblia, é
possível ver que Moisés deixa o
rebanho para se encontrar com Deus na sarça Cf. Ex 3, 3 e que ainda em seu
encontro com Deus em dado momento Moisés sai e Deus o chama “Moisés” “Eis-me
aqui” Cf. Ex 3, 4, e em seguida Moisés cobre o rosto, entra em si para ver Deus
Cf. Ex 3,6, logo se deve buscar a Deus no silêncio, e como diz o Cardeal Sarah
o celibato é este silêncio para se falar com Deus.
Também
nos ensina o Santo Evangelho, no qual Jesus deixa os apóstolos para orar,
retirar-se, ter um encontro pessoal com o Pai. Por isso, nesse nosso caminhar
entre as rosas do Calvário e o Ressuscitado, é necessário caminhar para Deus no
silêncio. Isto fez bem aquela que é chamada a “Virgem do Silêncio”, em especial
no calvário, pois ali não haveria palavras suficientes para descrever tamanha
dor da Mãe Santíssima que dispunha de uma virtude fundamental para o viver, a
“Paciência heroica”.
A nossa espiritualidade é certamente Mariana e Eucarística, em torno da Eucaristia se reúne a Igreja e a espelho de grandes santos que souberam amar em profundidade Jesus e sua Mãe, dentre eles São Luís Montfort e Santa Teresinha, ambos iluminando a espiritualidade dos consagrados e de todos aqueles a quem Deus aprouve chamar para seu serviço.
Que bela
reflexão do Cardeal Robert Sarah, em especial quando ele cita Santo Ambrósio,
que teve destacado papel na conversão de Santo Agostinho, “Viste o diácono,
viste o padre, viste o bispo. Não dês atenção ao aspecto físico deles, mas à
graça de seu ministério”.
Jesus não
nos deixou órfãos, nos deu dignos pastores, santos sacerdotes e diáconos, nos
deu a sua Mãe como filhos, nos visita na Palavra, e está vivo na Eucaristia, e
neste aspecto somos mais felizes que os apóstolos que somente conviveram com o
Mestre três anos, nós o podemos uma vida inteira.
Muito
contribuiu a teologia de Ratzinger (2011, p. 109) ao afirmar que “Jesus morreu
na hora em que se imolava no templo os cordeiros pascais”, no maior silêncio da
humanidade, até o sol silenciou, tão forte foi este silêncio que o véu do
Templo se rasgou.
Ainda
nos mostra Ratzinger (2011, p. 118), que “A cruz é a radicalidade do amor
incondicionado de Deus!” , não se chegará ao céu sem os calvários da vida, e
ainda nos diz Ratzinger (2011, p. 133) que “Foi a oração de agradecimento,
depois do banquete da última noite, que a Liturgia da Missa teve o seu início,
não do próprio banquete”, porque Deus se fez banquete para nós.
Ainda
reforça Ratzinger (2011, p. 133) “Aquilo que a Igreja celebra na Missa não é a
última Ceia, mas o que o Senhor, durante a Última Ceia, instituiu e confiou a
Igreja: o memorial de sua morte sacrificial”. Aprendamos com a Mãe Santíssima a
viver no silêncio. Fujamos da barulheira do mundo.
SALVE MARIA
SANTÍSSIMA!
REFERÊNCIAS
RATZINGER,
Joseph.
BENTO XVI, Papa. Jesus de Nazaré: da entrada em Jerusalém até a
ressurreição. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2011.
MONTFORT,
São Luís Maria Grignion de. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima
Virgem. São Paulo: Paulus, 2010.
CARVALHO, César e Carvalho, Mara. Consagra-te: Venha a nós o
Vosso Reino. Natal: Mater Dei, 2012.