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Na primeira leitura, vemos Moisés se despedindo do povo, preparando a transição para que Josué os conduza à Terra Prometida. É um momento de vulnerabilidade, de incerteza. Mas Moisés não deixa espaço para o medo: “O Senhor é quem caminha contigo; não te deixará, nem te abandonará.” Essa promessa é um bálsamo para todos nós que, em algum momento, enfrentamos mudanças, perdas ou desafios.
A confiança em Deus não é uma fuga da realidade, mas uma postura de fé diante dela. Moisés, mesmo sabendo que não entraria na Terra Prometida, permanece firme, porque sabe que o projeto de Deus não depende apenas de um homem, mas da fidelidade de todo o povo.
No Evangelho, os discípulos perguntam a Jesus quem é o maior no Reino dos Céus. A resposta de Jesus é desconcertante: Ele chama uma criança e a coloca no centro. A criança não tem poder, não tem prestígio, não tem influência. Mas tem algo essencial: confiança, simplicidade, abertura.
Jesus nos convida a uma conversão profunda: deixar de lado a busca por grandeza e status, e abraçar a humildade. Ser pequeno não é ser insignificante, mas reconhecer que tudo vem de Deus. É viver com o coração aberto, como quem depende do Pai para tudo.
A parábola da ovelha perdida revela o coração do Pai: um Deus que não se conforma com a ausência de um só. Ele deixa as noventa e nove para buscar aquela que se afastou. Isso nos ensina que, no Reino de Deus, ninguém é descartável. Cada vida tem valor infinito.
Essa imagem nos desafia como Igreja: será que temos o mesmo zelo pelos que se afastaram? Será que buscamos os que estão à margem, ou nos acomodamos com os que já estão dentro?
Hoje, somos chamados a confiar na presença constante de Deus, mesmo nas transições e incertezas, a cultivar a humildade e a simplicidade, como as crianças e ter um coração pastoral, que se alegra com o retorno dos que estavam perdidos.
Que esta liturgia nos ajude a renovar nossa confiança no Senhor, a abraçar a pequenez como caminho de santidade, e a viver com o mesmo amor que busca e acolhe cada filho.