Hoje celebramos a memória de Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, a primeira santa canonizada que viveu no Brasil. Sua vida foi marcada por um amor profundo aos pobres, aos doentes e aos abandonados, mas também por um caminho de cruz, escondimento e humilhações — inclusive dentro da própria Igreja. E é justamente nesse contexto que a liturgia da Palavra de hoje nos convida a refletir sobre o chamado de Deus e a fidelidade no sofrimento.
A história de José, vendido pelos irmãos e agora governador do Egito, nos mostra como Deus transforma o mal em bem. José, traído e humilhado, torna-se instrumento de salvação para sua família e para muitos povos. O sofrimento não foi o fim, mas o caminho para a missão.
Assim também foi com Santa Paulina: incompreendida, afastada da congregação que fundou, viveu anos de silêncio e dor. Mas foi nesse “esvaziamento” que Deus a santificou. Como José, ela soube perdoar e confiar.
O salmista nos convida a confiar no Senhor, cujo olhar repousa sobre os que O temem. Santa Paulina viveu essa confiança radical. Mesmo quando tudo parecia perdido, ela repetia: “A vontade de Deus é o meu paraíso.” Que também nós aprendamos a confiar, mesmo quando não compreendemos os caminhos de Deus.
E no Evangelho de hoje, Jesus chama os doze e os envia em missão. Ele os envia com autoridade, mas também com a consciência de que enfrentarão dificuldades. A missão cristã não é confortável, mas é fecunda. Santa Paulina foi uma mulher enviada: fundou a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, cuidou dos doentes, dos órfãos, dos marginalizados. Sua missão foi silenciosa, mas poderosa.
Que a vida de Santa Paulina nos inspire a abraçar a cruz com amor, a servir com humildade e a confiar com esperança. Que ela interceda por nós, para que também sejamos fiéis ao chamado de Deus, mesmo quando o caminho parecer escuro.
Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, rogai por nós!