Incentivar o hábito da leitura em casa e na escola. Essa é a proposta do projeto “Lê pra mim”, desenvolvido pela Casa da Criança, escola dirigida pela Irmãs da Congregação das Filhas da Caridade, em Natal, capital do Rio Grande do Norte. O projeto teve início em 2022 e é financiado pelo Fundo Nacional de Solidariedade, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB, como um gesto concreto da Campanha da Fraternidade, a cada ano. A iniciativa é coordenada por Jane Nunes, que explica que o trabalho surgiu após a pandemia do novo coronavírus, que prejudicou o processo de aprendizagem das crianças.
“Diante do quadro de pandemia, sofremos todos, mas, a gente percebeu que a educação foi um dos setores mais prejudicados. Ano passado, como a CNBB trabalhou a questão da Educação, fizemos um planejamento e conseguimos os recursos do Fundo de Solidariedade, porque não poderíamos deixar passar um projeto que beneficiasse esse público, que foi tão afetado”, fala.
Para a Casa da Criança, foram destinados mais de R$ 39 mil reais por meio do Fundo Nacional de Solidariedade. Com esses recursos, foi possível investir em infraestrutura para o desenvolvimento do projeto, como uma sala de leitura, em que as crianças podem ter contato com a literatura de forma lúdica. São beneficiadas com a iniciativa, 168 crianças, na faixa etária de 02 aos 06 anos de idade.
“A instituição já trabalhava com a questão da leitura e o “Lê pra mim” veio como uma continuidade do que já realizávamos. Os recursos do Fundo de Solidariedade foram fundamentais para o desenvolvimento desse trabalho. A partir daí, conseguimos adquirir mais materiais e equipamentos, como estantes, livros, mobiliário, entre outros. Foi uma oportunidade ímpar para nós, porque, com esse valor, conseguimos expandir e levar a leitura para mais crianças”, conta Jane.
Metodologia
O projeto engloba atividades na escola, como contação de histórias de forma lúdica e teatral. Depois de ouvirem as histórias, em sala, as crianças contam, por meio de desenhos, o que aprenderam do que foi narrado a elas. Já em casa, a cada dois dias, uma criança leva um livro à sua escolha e essa história vai ser lida em família.
Junto com o livro, os alunos também recebem um caderno, onde vai ser feito o registro do que foi lido e compreendido das histórias. Além disso, a família faz a sua observação de como foi esse momento com a criança e, ainda, colocam no caderno, uma foto da família em leitura, para mostrar para a escola que o projeto está tendo uma sequência em casa. Ou seja, é uma iniciativa que reúne os dois ambientes: escolar e familiar. Tayane de Paiva, professora do nível III, fala que as contribuições são inúmeras: “por meio desse projeto, conseguimos fazer da casa, uma extensão da escola e esse momento em família também é importante para saber se o projeto está cumprindo o seu objetivo”.
Coleta da Solidariedade
Projetos como o “Lê pra mim”, desenvolvido pela Casa da Criança, só puderam ser concretizados, graças aos recursos do Fundo Nacional de Solidariedade, que é composto pela Coleta da Solidariedade, que acontece durante a celebração do Domingo de Ramos e, também, ao longo do ano.
A irmã Benedita Santos, que é diretora da Casa da Criança, diz que é importante as pessoas se somarem a essa iniciativa, já que os recursos conseguem financiar diversos projetos sociais desenvolvidos pela Igreja Católica. “Bote um pouco a mais do que você doa no domingo, na missa. Essa coleta não se encerra no Domingo de Ramos, mas, ela se estende. Então, faça algo por aqueles que precisam”, reforça.
Texto e fotos: Luiza Gualberto | arquidiocese de Natal