Olá, povo de Deus, paz e bem para vocês também!
Na primeira leitura, São Paulo nos revela um drama profundamente humano: o conflito entre o desejo de fazer o bem e a realidade do pecado que habita em nós. Ele diz: “Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero” (Rm 7,19). Essa luta interior é familiar a todos nós. Quantas vezes nos propomos a viver com mais caridade, paciência, oração… e acabamos cedendo à impaciência, ao egoísmo, à distração?
Paulo não esconde sua fraqueza, mas também não se entrega ao desespero. Ele reconhece que a libertação vem por Jesus Cristo. É Ele quem nos salva do “corpo de morte”, ou seja, da escravidão do pecado. Essa passagem nos convida à humildade e à confiança: reconhecer nossa fragilidade e buscar em Cristo a força para vencer.
O salmo 118(119) reforça esse clamor por sabedoria e misericórdia: “Ensina-me a sabedoria e o saber, pois confio em teus mandamentos” (v.66). A Palavra de Deus é luz para o nosso caminho, consolo nas tribulações e força na luta contra o mal. O salmista pede que o Senhor o console e o salve, pois nele deposita sua esperança.
No Evangelho, Jesus repreende os que sabem interpretar os sinais do tempo, mas não sabem discernir o tempo presente. Ele diz: “Hipócritas! Sabem interpretar o aspecto da terra e do céu, como é que não sabem interpretar o tempo presente?” (Lc 12,56). Aqui, o Senhor nos chama à vigilância espiritual. Não basta saber das coisas exteriores; é preciso perceber os sinais de Deus em nossa vida, os apelos à conversão, à reconciliação, à justiça.
Jesus também nos exorta a buscar a reconciliação antes que seja tarde. A imagem do adversário que nos leva ao juiz é um alerta: não deixemos para amanhã o que podemos resolver hoje. A reconciliação com Deus e com os irmãos é urgente. O tempo presente é o tempo da graça.
Querido povo de Deus, reconheçamos nossa luta interior e não tenhamos medo de pedir ajuda a Cristo. Busquemos a sabedoria da Palavra de Deus como guia para nossas decisões e estejamos atentos aos sinais de Deus em nossa vida e não deixemos para depois a conversão e a reconciliação.
Que esta liturgia nos ajude a viver com mais discernimento, humildade e confiança na misericórdia de Deus. Que o Espírito Santo nos ilumine para interpretar o tempo presente e responder com fé e amor.
Assim seja!

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