Por Aleteia Polônia
Uma mancha vermelha no ombro, depois metástases. “Melanoma” – o diagnóstico soava como uma sentença. Os médicos não davam muitas chances a Adam. No entanto, ele rezava com perseverança e… as manchas começaram a desaparecer.
Anos depois, a médica olhou para ele com emoção: “Foi um milagre. O senhor teve um dos tipos mais agressivos de câncer”.
O início da história
Era o fim de março de 2012. Adam Biały, então com 48 anos, professor de artes de Rozkopaczewo, perto de Lublin, notou uma mancha vermelha no peito. Ela coçava muito e a cada dia crescia mais rápido, multiplicando-se e mudando de cor. Quando manchas semelhantes apareceram na parte superior do pé, ele procurou uma médica amiga, de confiança.
“Pelo olhar dela já dava para perceber que o caso era sério” – recorda hoje Adam Biały.
À sombra da sentença
“É uma pinta muito perigosa. Parece melanoma” – disse uma colega bióloga, contando a história de um conhecido que tinha a mesma alteração e faleceu poucas semanas antes. O cirurgião-oncologista, considerado um dos melhores especialistas da região, tentando não assustar demais Adam, recomendou uma cirurgia urgente.
“Pelas reações dos médicos, eu entendia que não tinha grandes chances” – afirma o professor.
Poucos meses antes da doença, Adam, já engajado na Renovação no Espírito Santo, havia ingressado na Ordem Franciscana Secular. Eles se reuniam em um lugar especial: o santuário de Santo Antônio de Pádua em Radecznica, perto de Zamość – o único local no mundo onde Santo Antônio apareceu, reconhecido oficialmente pela Igreja após cuidadoso exame.
“Senhor Deus, colocaste tantas tarefas diante de mim. Meus familiares, a comunidade… Não acredito que tenhas mudado de ideia, e em dois meses não conseguirei cumprir tudo – rezava sinceramente. – Não entendo o que está acontecendo, mas: Jesus, eu confio em Ti”.
“Eu confio em Ti” – repetia todos os dias, travando uma batalha espiritual.
A luta espiritual
“Esse tempo se tornou para mim um teste do estado da minha fé. Será que vejo o rosto de Deus em mim ou enterrei a fé em nome da modernidade e da vida sem limites?” – conta Adam Biały. Dia após dia, esforçava-se para apegar-se mais a Cristo e confiar mais n’Ele. À espera da cirurgia, junto com os irmãos da Ordem Franciscana Secular de Radecznica, rezava pela intercessão dos santos franciscanos e, em uma novena, confiou todas as suas dores e temores ao patrono principal do lugar: Santo Antônio de Pádua.
Um sonho profético
Então algo extraordinário começou a acontecer. Era 27 de abril de 2012, quando Adam seguia para se encontrar com Maria Vadia, fundadora da comunidade carismática “Magnificat”, a fim de organizar um evento em sua paróquia. Mas parecia que tudo conspirava contra. No caminho, sofreu um acidente de carro no qual, de forma estranha e injusta, toda a culpa foi atribuída a ele. “Eu perdoo” – disse, vendo que essa era a melhor reação diante das acusações injustas. Precisou superar outros obstáculos para, dois dias depois, conseguir participar do encontro.
Na noite anterior, teve um sonho incomum. Durante a missa no santuário de Radecznica, começou a ler da ambão um trecho da Escritura, quando do lecionário aberto surgiu uma palavra em inglês: fly – “voa”. Ele a leu em voz alta, e os presentes começaram a cantar o Magnificat. Tudo ao redor tornou-se dourado-transparente, como se estivesse cheio de graça. Ao acordar, tinha certeza de que seria curado.
“O diabo me dizia: ‘Não se faça de ridículo, restam-lhe poucas semanas de vida, e você se ocupa de falar de Deus às pessoas’. Mas eu continuava repetindo: Jesus, eu confio em Ti” – lembra Adam.
O milagre
No dia 29 de abril, durante o encontro, Maria Vadia colocou a mão sobre o local onde estava o melanoma e rezou por um momento. Adam sentiu calor, formigamento e, em seguida, alívio e alegria.
No dia seguinte, durante a higiene matinal, notou algo extraordinário! O melanoma no peito havia empalidecido. Desapareceu também a borda vermelha, e a coceira cessou. Na parte superior do pé restavam apenas algumas manchas maiores. A médica não escondia a alegria.
O médico confirma: foi um milagre
“Um melanoma pode regredir?” – perguntou Adam ao oncologista na consulta marcada.
“Impossível” – respondeu o especialista, pedindo que ele mostrasse o local afetado.
“Abra mais a camisa, não estou vendo” – insistiu o médico.
“Mas é justamente aqui” – respondeu Adam, apontando para a mancha esmaecida.
O médico se sentou surpreso: “Essa mancha não se qualifica nem mesmo para tratamento dermatológico”.
Apesar disso, Adam decidiu retirar a mancha no peito e submetê-la à análise histopatológica.
“Eu queria ter 100% de certeza de que havia sido curado” – afirma. O resultado foi claro: “Ausência de células cancerígenas em todo o organismo”. O médico que o atendeu disse: “O senhor recebeu uma nova vida; aproveite-a bem”.
Um convite de Maria
Algumas manchas no pé permaneceram por um tempo. A última desapareceu exatamente em 15 de agosto, solenidade da Assunção de Nossa Senhora. Adam entendeu como um convite especial de Maria.
“No passado, eu me deixei atrair um pouco pelas novidades protestantes e comecei a me incomodar com as orações tradicionais da Igreja, como o terço e o mês de maio” – confessa Adam. – “Quando a mancha desapareceu, percebi que não devia mais resistir à presença de Maria na minha vida, mas confiar de todo o coração”.
“Você teve um dos tipos mais agressivos de câncer e experimentou um milagre” – confirmou, alguns anos depois, uma médica idosa, ao emitir um atestado para o trabalho. – “Você escapou da morte por um triz”.
Hoje, Adam serve com dedicação como superior da Ordem Franciscana Secular na região de Lublin. Costuma contar a seus amigos uma parábola sobre o mecânico e o projetista:
“O mecânico consegue consertar apenas algumas coisas no carro, mas o projetista, que o criou, conhece cada detalhe. Por isso, ele pode resolver qualquer problema e sabe exatamente do que o carro precisa” – explica. – “Assim é com o ser humano. Deus sabe melhor do que ninguém o que precisamos. Por isso, vale a pena confiar n’Ele e descobrir a Sua vontade”.
“Foi isso que aprendi durante a minha doença” – acrescenta