A Liturgia de hoje, nos recorda que devemos escolher o Senhor com coração de criança
Na primeira leitura, Josué convoca o povo a tomar uma decisão definitiva: “Escolhei hoje a quem quereis servir”. Ele não impõe, mas propõe. E sua própria escolha é clara: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”. Essa cena é profundamente comovente porque mostra que a fé não é herdada automaticamente — ela precisa ser renovada, assumida, escolhida.
Josué está diante de um povo que já viu milagres, libertações, promessas cumpridas. Mas mesmo assim, ele sabe que o coração humano pode se distrair, pode se dividir. Por isso, ele pede sinceridade: “Servi-o com integridade e fidelidade”. A fé não é apenas uma tradição, é uma decisão viva.
Hoje, somos convidados a renovar nossa aliança com Deus. Não por obrigação, mas por amor. Como Josué, podemos dizer: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”.
O salmo é uma resposta de confiança e entrega: “O Senhor é a porção da minha herança”. Quem escolhe Deus como sua parte, como seu tesouro, não se decepciona. Ele é refúgio, conselho, segurança, alegria.
Aqui, percebemos como o salmista fala de uma intimidade com Deus que vai além da prática religiosa. É uma presença constante: “Tenho sempre o Senhor diante de mim”. Essa é a espiritualidade que brota da escolha consciente de Josué — uma vida centrada em Deus.
No Evangelho, Jesus acolhe as crianças e repreende os discípulos que tentam afastá-las. Ele diz: “O Reino dos Céus pertence aos que são como elas”. Aqui está o coração da mensagem de hoje: escolher Deus com a simplicidade, a confiança e a pureza de uma criança.
As crianças não têm poder, não têm prestígio, não têm méritos. Mas têm algo que encanta Jesus: elas se entregam, confiam, amam sem reservas. E é assim que somos chamados a viver nossa fé — não como uma disputa de quem sabe mais ou faz mais, mas como um abandono confiante nas mãos do Pai.
Que tipo de fé temos vivido? Uma fé adulta, racional, controlada? Ou uma fé infantil no melhor sentido — cheia de confiança, alegria e entrega?
Enfim, hoje, a Palavra nos convida a renovar nossa escolha por Deus, como Josué, a viver com a confiança do salmista, que encontra em Deus sua herança e a aproximar-nos de Jesus com o coração de criança, sem medo, sem reservas.
Que possamos dizer com sinceridade: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”, e que essa escolha nos leve a uma vida de alegria, simplicidade e comunhão com o Deus que nos ama como filhos.