quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Quinta-feira da 18ª Semana do Tempo Comum



A liturgia de hoje, nos convida a refletir sobre a fé autêntica, a confiança em Deus e a obediência ao seu plano. As leituras nos apresentam figuras centrais da história da salvação — Moisés e Pedro — que, mesmo sendo escolhidos por Deus, enfrentam momentos de fraqueza e incompreensão. Somos chamados a aprender com seus acertos e seus tropeços, para que também nós possamos crescer na fé e na fidelidade ao Senhor.

No livro dos Números, vemos Moisés diante de um povo sedento, murmurando, impaciente. Deus ordena que ele fale à rocha para que dela jorre água. Mas Moisés, tomado pela ira e talvez pela frustração, fere a rocha duas vezes com o cajado. A água sai, mas o gesto revela uma falta de confiança. Por isso, Deus diz que Moisés e Aarão não entrarão na Terra Prometida.

Esse episódio é um convite à reflexão: quantas vezes, mesmo conhecendo a vontade de Deus, agimos por impulso, por raiva, por medo? Moisés, o grande líder, tropeça não por falta de poder, mas por falta de fé naquele momento. A rocha que deveria ser tocada pela palavra foi ferida pela força. E isso nos ensina que a obediência a Deus não é apenas fazer o que Ele manda, mas fazer como Ele manda.

O salmo 94 ecoa como um apelo direto: “Não fecheis o coração como em Meriba”. Meriba foi justamente o lugar onde Moisés feriu a rocha. O salmista nos convida a ouvir a voz de Deus com o coração aberto, sem endurecimento, sem resistência. A fé não é apenas um assentimento intelectual, mas uma abertura do coração à ação de Deus.

E no Evangelho, Jesus pergunta aos discípulos: “Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?” E depois: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro, inspirado pelo Pai, responde: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” É uma profissão de fé belíssima, que revela o coração de Pedro aberto à revelação divina.

Mas logo em seguida, quando Jesus anuncia sua paixão, Pedro tenta dissuadi-lo. E Jesus o repreende duramente: “Vai para longe de mim, Satanás!” O mesmo Pedro que foi pedra de fé torna-se pedra de tropeço. Isso mostra que a fé não é estática — ela precisa ser constantemente purificada, amadurecida, alinhada com o plano de Deus.

Enfim, peçamos hoje ao Senhor que nos dê um coração dócil, capaz de ouvir sua voz e confiar em sua vontade. Que não sejamos como o povo de Meriba, endurecidos e murmuradores, mas como Pedro, que mesmo errando, se deixou moldar pelo amor de Cristo.

Que nossa fé seja como a rocha — firme, mas não dura. Que dela jorre a água viva da confiança, da obediência e do amor.

Amém.

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