Hoje celebramos a memória de São Domingos, homem de oração, de estudo e de ardente zelo pela verdade do Evangelho. Fundador da Ordem dos Pregadores, ele nos ensina que a missão de anunciar Cristo exige entrega total, humildade e profunda comunhão com Deus.
A primeira leitura, do livro do Deuteronômio, nos convida a contemplar a grandeza das obras de Deus. Moisés exorta o povo a recordar os sinais e prodígios que o Senhor realizou, e a guardar seus mandamentos como resposta de amor. “Reconhece, pois, hoje e grava no teu coração que o Senhor é Deus — lá em cima no céu e cá embaixo na terra — e que não há outro.” (Dt 4,39)
Essa recordação é essencial: a fé não é construída sobre abstrações, mas sobre a experiência concreta da ação de Deus na história. E São Domingos viveu isso intensamente. Em tempos de heresias e confusão doutrinal, ele foi sinal da luz divina, pregando com clareza, caridade e firmeza.
O salmo nos leva à meditação: “Recordo os feitos do Senhor, lembro-me das tuas maravilhas.” (Sl 76,12) A espiritualidade de Domingos era marcada por essa memória viva de Deus. Ele rezava incessantemente, estudava as Escrituras e contemplava os mistérios da fé. Sua vida era uma resposta ao amor de Deus que age na história.
No Evangelho, Jesus nos apresenta o caminho do discipulado: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga.” (Mt 16,24) Essa é a chave da vida cristã. Não há seguimento autêntico sem cruz, sem renúncia, sem entrega. São Domingos compreendeu isso profundamente. Ele renunciou aos privilégios, à comodidade, e dedicou-se inteiramente à missão de salvar almas.
Jesus nos desafia: “De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida?” (Mt 16,26) A verdadeira vida não está no acúmulo de bens ou na busca de prestígio, mas na doação, no amor, na fidelidade ao Evangelho. São Domingos nos mostra que vale a pena perder tudo por Cristo, porque n’Ele encontramos tudo.
Hoje, somos convidados a renovar nosso compromisso com Cristo. Como São Domingos, sejamos homens e mulheres da Palavra, da oração e da missão. Que nossa vida seja um testemunho vivo da presença de Deus no mundo.
E que, ao tomarmos nossa cruz, saibamos que não caminhamos sozinhos. O Senhor vai à nossa frente, e nos promete: “Quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la.”