quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Toda missa é ocasião de cura e libertação, diz bispo em instrução sobre missas especiais com esse fim

O bispo de Bragança Paulista (SP), dom Sérgio Aparecido Colombo. | Crédito: Diocese de Bragança Paulista (SP).

Por Nathália Queiroz

O bispo de Bragança Paulista (SP), dom Sérgio Aparecido Colombo, publicou uma instrução com orientações para a celebração de missas com oração por cura e libertação. Ele diz que essas celebrações têm crescido e que como pastor ele precisa acolher isso com “discernimento e caridade” ajudando os fiéis a “compreender que a verdadeira cura brota da fé e da comunhão com Cristo, e não de práticas emocionais ou improvisadas”.

Toda missa é ocasião de cura e libertação

“Toda celebração eucarística é, em si mesma, ocasião de cura e libertação, pois nela o próprio Cristo se oferece ao Pai pela salvação do mundo e comunica aos fiéis sua graça redentora”, diz a instrução. “Nosso papel pastoral é, portanto, orientar o povo de Deus a descobrir na Eucaristia o verdadeiro sacramento de cura interior e espiritual, evitando reducionismos sentimentais ou desvios litúrgicos”.

O dom da cura é obra livre do Espírito Santo

Na instrução, dom Sérgio também explica que “O dom de cura (cf. 1Cor 12,9) é obra livre do Espírito Santo e não é prerrogativa permanente de nenhum ministro ou grupo”.

“O celebrante, portanto, não pode induzir expectativas mágicas nem apresentar a celebração como ocasião ‘garantida’ de milagres”, continua. “A oração pela cura deve sempre estar subordinada à vontade de Deus e orientada à salvação integral da pessoa”.

Normas práticas

Dom Sérgio determina na instrução algumas normas disciplinares e práticas litúrgicas que segundo ele, são “diretrizes fundamentadas na tradição da Igreja, com o objetivo de preservar o caráter sagrado das celebrações e promover a formação dos fiéis”.

“O respeito a essas orientações contribui para evitar exageros e favorece a manifestação autêntica da graça divina”, diz a instrução. “Quando o sacerdote conduz o rito conforme as normas estabelecidas, proporciona aos fiéis uma vivência enriquecedora, fundamentada na comunhão eclesial genuína”.

Entre as orientações disciplinares, dom Sérgio estabelece que o celebrante deve ter fidelidade aos livros litúrgicos, portanto, “não se deve introduzir orações ou ritos de cura que não estejam previstos nos livros litúrgicos aprovados pela Igreja”; as orações pelos enfermos devem ser feitas de forma “sóbria e comunitária” na Oração Universal; momentos de oração por cura e libertação podem ocorrer depois da missa, mas de modo distinto da celebração eucarística, sem “artificialidade, teatralidade, sensacionalismo ou espetáculo”.

O documento esclarece que a oração carismática não é proibida, mas precisa de um lugar próprio. “A Igreja reconhece o valor dos momentos de súplica e intercessão, desde que não se confundam com o sacrifício eucarístico”, diz a instrução.

Evitar o passeio com o ostensório

O bispo pede evitar o que se chama de “passeio” com o ostensório “passando o Santíssimo sobre os fiéis ou aproximando-o de indivíduos”, pois “não faz parte de nenhum rito aprovado pela Igreja”.

Para ele, essa prática embora “emocionalmente impactante, banaliza o Mistério Eucarístico e cria confusão sobre a natureza da presença real de Cristo, que não “atua por gestos mágicos”, mas pela fé e pelos sacramentos celebrados validamente”.

“Se os fiéis desejam rezar pela cura, o padre pode expor o Santíssimo Sacramento de modo solene, conduzir uma adoração com silêncio, canto e proclamação da Palavra, e encerrar com a Bênção Eucarística conforme o ritual”, diz dom Sérgio.

Discernimento pastoral

O bispo também alerta para o risco de confundir emoções intensas com a ação da graça. Ele lembra que reações físicas e emocionais são legítimas, mas não se identificam com a verdadeira cura cristã, que é conversão e libertação interior.

Segundo a instrução, “compete ao bispo diocesano regular e autorizar celebrações desse tipo em sua diocese, garantindo que se evitem abusos e se promova a verdadeira fé”.

“A Missa é sempre encontro com Cristo que salva, liberta e cura”, diz dom Sérgio. “As orações por cura e libertação, quando realizadas em conformidade com a disciplina e a tradição da Igreja, podem ser ocasião de grande bem espiritual”.

“Cabe a nós, presbíteros e diáconos, zelo pastoral e fidelidade litúrgica, para que o povo de Deus seja conduzido não ao espetáculo da emoção, mas à profundidade do mistério pascal”, conclui.

Fonte da informação

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