Olá, povo de Deus, paz e bem para vocês também!
Hoje a Palavra de Deus nos convida a refletir sobre a autenticidade da nossa fé e a coerência entre o que professamos e o que vivemos. São Paulo, na carta aos Romanos, nos recorda que o Evangelho é força de Deus para a salvação de todo aquele que crê. Mas ele também denuncia com firmeza aqueles que, mesmo conhecendo a Deus, preferiram adorar as criaturas em vez do Criador. É uma crítica à idolatria, mas também à inversão de valores que acontece quando o coração humano se afasta da verdade.
O Salmo responsorial nos lembra que “os céus proclamam a glória de Deus”. A criação inteira é um testemunho silencioso, mas eloquente, da presença e da bondade do Senhor. Não há desculpa para não reconhecê-lo: a beleza do mundo, a ordem da natureza, a harmonia do universo são sinais visíveis do invisível. No entanto, como nos alerta São Paulo, o pecado cega o coração e nos faz trocar a luz pela escuridão.
No Evangelho, Jesus é convidado para uma refeição na casa de um fariseu. E ali, mais uma vez, Ele confronta a hipocrisia religiosa. O fariseu se escandaliza porque Jesus não fez as abluções rituais antes da refeição. Mas o Senhor, com firmeza e amor, o chama à conversão: “Vós, fariseus, limpais o copo e o prato por fora, mas o vosso interior está cheio de roubos e maldades.” Jesus não condena o cuidado com os ritos, mas denuncia quando eles se tornam vazios, quando não correspondem a uma vida interior transformada.
A crítica de Jesus é um convite à integridade. Não basta parecer justo, é preciso ser justo. Não basta cumprir ritos, é necessário ter um coração puro, generoso, misericordioso. Ele conclui com uma chave preciosa: “Dai esmola do que vós possuís, e tudo ficará puro para vós.” Ou seja, a caridade purifica. O amor vivido concretamente é o verdadeiro culto agradável a Deus.
Que esta liturgia nos ajude a viver uma fé autêntica, que brota do coração e se manifesta em obras de amor. Que não troquemos o Criador pelas criaturas, nem a verdade pela aparência. E que, como os céus que proclamam a glória de Deus, também nossa vida seja um testemunho vivo da sua presença no mundo.
Assim seja!