Olá, povo de Deus, paz e bem para vocês também!
Na primeira leitura, São Paulo nos apresenta uma das verdades centrais da fé cristã: a justificação não vem pelas obras da Lei, mas pela fé em Jesus Cristo. Isso não significa que as obras não têm valor, mas que elas não são suficientes para nos salvar. A salvação é dom gratuito de Deus, oferecido a todos, judeus e gentios, por meio da fé.
Paulo nos convida a abandonar qualquer pretensão de autossuficiência espiritual. Não somos salvos por nossos méritos, mas pela misericórdia de Deus. Isso nos leva à humildade e à gratidão. Como o salmista proclama: “Se levardes em conta as nossas faltas, Senhor, quem poderá subsistir?” (Sl 129). Mas Deus é rico em perdão, e é nele que colocamos nossa esperança.
No Evangelho, Jesus dirige palavras duras aos doutores da Lei e aos fariseus. Ele os acusa de construírem túmulos para os profetas que seus antepassados mataram, como se quisessem homenageá-los, mas sem acolher sua mensagem. É uma crítica à religiosidade vazia, que honra o passado sem se comprometer com a verdade no presente.
Jesus também denuncia o uso da religião como instrumento de poder e controle: “Vós tomastes a chave da ciência! Vós mesmos não entrastes e ainda impedistes os que queriam entrar.” (Lc 11,52). É um alerta para todos nós: a fé não pode ser usada para excluir, manipular ou dominar. Ela deve ser caminho de libertação, de encontro com Deus e com os irmãos.
Queridos irmãos e irmãs, esta liturgia nos convida a refletir sobre a autenticidade da nossa fé. Somos chamados a viver uma fé que não se apoia em aparências ou tradições vazias, mas que se expressa em confiança no amor de Deus e em compromisso com a verdade.
Que não sejamos como os fariseus que conheciam a Lei, mas não reconheciam o Senhor. Que sejamos como o salmista, que clama do fundo do coração: “No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra.” (Sl 129). E que, como Paulo, anunciemos com alegria que todos são chamados à salvação pela fé em Cristo Jesus.
Assim seja!