Olá, povo de Deus, paz e bem para vocês também!
Hoje a Palavra de Deus nos convida a refletir sobre a radicalidade do seguimento de Jesus e a escolha entre dois caminhos: o da vida e o da morte, o da justiça e o do pecado.
Na primeira leitura, São Paulo nos fala com clareza sobre a transformação que ocorre na vida daquele que se entrega a Deus. Ele usa a imagem da escravidão para mostrar que, antes, éramos escravos do pecado, e isso nos conduzia à morte. Mas agora, libertos pelo sangue de Cristo, somos chamados a ser “escravos da justiça”, ou seja, a viver em santidade. A liberdade cristã não é uma liberdade para fazer o que se quer, mas para fazer o que é justo, bom e santo. E o fruto dessa nova vida é a vida eterna.
O Salmo 1 reforça essa ideia ao apresentar o contraste entre o justo e o ímpio. O justo é como árvore plantada à beira da água, que dá fruto no tempo certo. Já o ímpio é como a palha que o vento dispersa. A felicidade verdadeira está em seguir a Lei do Senhor, meditando-a dia e noite, deixando que ela molde nosso coração e nossas ações.
No Evangelho, Jesus nos surpreende com palavras fortes: “Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso!” (Lc 12,49). Esse fogo é o Espírito Santo, é o amor ardente de Deus que purifica, transforma e impulsiona. Mas esse fogo também provoca divisão, porque o Evangelho exige escolhas. Não há neutralidade diante de Cristo. Ele é sinal de contradição, e sua presença nos obriga a decidir: ou estamos com Ele, ou contra Ele.
Essa divisão que Jesus menciona, entre pais e filhos, entre irmãos, não é um convite à discórdia, mas uma constatação de que o seguimento de Cristo pode gerar conflitos, inclusive dentro das famílias, quando valores do Reino confrontam os valores do mundo. Ser discípulo de Jesus é, muitas vezes, nadar contra a corrente, é estar disposto a perder para ganhar, a morrer para viver.
Querido povo de Deus, que possamos acolher esse fogo que Jesus veio trazer. Que ele queime em nós tudo o que é impuro, tudo o que nos afasta de Deus. Que sejamos firmes na escolha pela justiça, mesmo que isso nos custe incompreensões ou rejeições. Pois, como nos lembra São Paulo, “o salário do pecado é a morte, mas o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6,23).
Assim seja!

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