segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Escolas Radiofônicas em Natal: amor e pioneirismo (Pe. José F Campos)


Quando nos dias atuais, a Pastoral da Educação, consegue congregar, no Colégio Nossa Senhora das Neves, mais de quinhentos educadores de escolas privadas e públicas do Rio Grande do Norte para estudar e refletir sobre o Pacto Educativo Estadual, inspirado no Papa Francisco, este encontro nos remete às origens de uma pastoral que se propunha a concretizar o projeto de uma educação integral, inclusiva e libertadora.

Entre muitas inciativas da Igreja Católica do RN, recordamos as Escolas Radiofônicas, resultado do “Movimento de Natal” e da iniciativa de D. Eugênio Sales, então bispo auxiliar, que ao visitar Sutatenza, na Colômbia (1957), encontrou-se com o Pe. Salcedo que já realizava um trabalho de alfabetização dos camponeses através do rádio. Ao se deparar com tal prática percebeu que era possível adequar esse projeto a realidade norte-rio-grandense. O Projeto construído a várias mãos permaneceu como experiência de 1958-1966, desde o início coordenado pelo Serviço de Assistência Rural, SAR.

Este Projeto foi considerado um trabalho pioneiro no Brasil. Movido pelo ideal de alfabetizar a população rural e conscientizá-la para o seu papel de sujeito histórico, esta experiência inspirou muitas outras, tais como, em 1961, o então prefeito de Natal, Djalma Maranhão, querendo sanar o problema do analfabetismo na periferia da capital, implantou o Projeto “De Pé no Chão Também se Aprende a Ler”, que teve uma marca significativa, na cidade.

Além disso, das Escolas Radiofônicas surgiu o Movimento de Educação de Base, MEB, que em 1962 foi assumido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, até os dias atuais. Este projeto também inspirou o grande educador brasileiro, Paulo Freire, com sua pedagogia moderna e libertadora, que em Angicos/RN, fez a experiência das 40 Horas. Recorda-se também a Campanha Nacional de Escolas de Comunidades, CNEC, que no interior do Estado educou tantas pessoas.

Em síntese, o Pacto pela Educação se atualiza em novas iniciativas, em novos tempos e em novas demandas educacionais, mas sempre com a mesma preocupação de educar o homem todo e todo homem, a partir da sua realidade sociocultural e ambiental, contando com a colaboração das instituições responsáveis por um novo projeto de vida que viabilize a participação de toda a sociedade no processo educativo, em todas as faixas etárias.

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