Hoje, somos chamados a viver a fé com alegria e renovação. Cristo é o centro da nossa vida, e sua presença deve nos encher de esperança. Mas também somos convidados a deixar para trás os “odres velhos” — atitudes, estruturas e mentalidades que não acolhem a novidade do Evangelho. O vinho novo da graça exige corações novos, abertos, maleáveis.
Na primeira leitura, São Paulo nos apresenta uma das mais belas e profundas declarações cristológicas: “Cristo é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1,15). Tudo foi criado por meio d’Ele e para Ele. Ele é o centro, o fundamento, a razão de ser de todas as coisas. E mais: é por meio de sua cruz que Deus reconciliou consigo todas as criaturas. Essa é a nossa fé: Jesus não é apenas um mestre ou profeta, mas o próprio Deus encarnado, que nos revela o Pai e nos une a Ele.
O salmo responsorial nos convida a entrar na presença do Senhor com alegria: “Com canto apresentai-vos diante do Senhor!” (Sl 99). A alegria é sinal da presença de Deus. Somos seu povo, seu rebanho, e Ele é bom, fiel e eterno. Essa alegria não é superficial, mas nasce da certeza de que pertencemos a Deus e somos amados por Ele.
E no Evangelho, Jesus responde aos fariseus que questionam o comportamento de seus discípulos: “Podem os convidados de um casamento fazer jejum enquanto o noivo está com eles?” (Lc 5,34). Jesus é o Noivo. Sua presença é motivo de festa, de celebração. Mas Ele também anuncia que haverá um tempo de ausência, um tempo de jejum e saudade. A parábola do vinho novo e dos odres novos nos ensina que a novidade do Reino não pode ser contida em estruturas antigas. É preciso renovação interior, abertura à graça, disposição para deixar-se transformar.
Senhor Jesus, Tu és o Noivo que veio ao nosso encontro. Dá-nos a graça de viver na alegria da Tua presença, e renova em nós o coração para acolher o vinho novo do Teu Espírito. Que sejamos odres novos, prontos para a missão e para o amor. Amém.