A busca da verdade é uma tarefa que remonta a antiguidade, quando os primeiros filósofos da humanidade, Tales de Mileto e Pitágoras, adentram o Rio Nilo pelo Mar Mediterrâneo, uma vez que a Grécia dominava as navegações, eles beberam da filosofia egípcia e a levaram para o mundo grega.
Deixavam o Mito para entrar no
Logos, esse perfeito harmônico que para eles governava o universo, tal como era
conhecido. Com o passar do tempo surgiram grandes nomes nas escolas filosóficas
até a chegada dos Filósofos Clássicos Sócrates, Platão e Aristóteles, que
sistematizaram a filosofia grega, um dos pilares da Educação Ocidental, como
disse o Papa Bento XVI em sua palestra no Palácio Reichstag de Berlim
em 22 de Setembro de 2011, “a sociedade ocidental tem como base a Filosofia
grega, a Teologia judaico-cristã e o Direito Romano, mas todos estes sempre
buscaram encontrar a verdade.
Os Pilatos de todas as eras quiseram
saber e ter domínio da verdade, muitas vezes a sua verdade, ou a mentira
disfarçada de verdade como é comum nos regimes totalitários, como nos mostra o
o Papa Bento XVI em sua trilogia sobre Jesus de Nazaré.
Ratzinger (2011, p. 175)
“não é verdade que as grandes ditaduras existiram em virtude da mentira
ideológica e que só a verdade pôde trazer a libertação?”, pode ser encontrada
alguma verdade fora de Jesus? Ele que é o caminho, a verdade e a vida?
Ratzinger (2011, p. 169) nos lembra
que “João é o único que refere o diálogo entre Jesus e Pilatos”, e ainda
descreve que era comum o fato do governador romano Pilatos estar sempre sentado
no Tribunal pelas primeiras horas da manhã, e tudo isso era sabido por aqueles
que queriam ver Jesus preso e morto, no caso os Sumo Sacerdotes Anás e Caifás,
ou seja, a aristocracia do templo.
Ratzinger (2011, p. 169) afirma que
“o sangue de Jesus fala uma linguagem diferente da do sangue de Abel, não pede
vingança nem punição, mas reconciliação”, Cf. Hb 12, 24. Sobre os acusadores
também se debruçaram Flávio Josefo Historiador Romano e também Filão de
Alexandria, nesse período a perseguição de Nero estava em sua fase mais cruel,
e todos eles queria definir a verdade, cada qual a seu modo a sua verdade.
A verdade pode ser tão pervertida
segundo Ratzinger (2011, p. 172) que “Pilatos devia ter ficado maravilhado
quando viu os concidadãos de Jesus se apresentarem diante dele como defensores
de Roma”, já que nenhuma intervenção parecia ser necessária no pensamento
jurídico de Pilatos, mas forçado pela elite, aristocracia do templo decidiu
lavar as mãos condenando um justo. Pilatos ainda refere decisões erradas e
injustas mundo a fora.
Para Ratzinger (2011, p. 174) Jesus
é acusado de reivindicar a realeza (basileìa), enquanto Pilatos tem a
autoridade (exousìa). Mas o que é a verdade? Ratzinger (2011, p. 175) diz que
saber responder a esta pergunta está em jogo o destino da humanidade. A
filosofia escolástica dizia que verdade é a correspondência entre intelecto e
realidade, São Tomás de Aquino diz que
“a verdade está no intelecto de Deus, em sentido próprio e em primeiro
lugar, enquanto, no intelecto humano está em sentido próprio e derivado”.
Jesus “fala da verdade e que veio ao
mundo para dar testemunho dela”, nos lembra Ratzinger (2011, p. 176). Jesus
afirma ainda, reivindica efetivamente um direito régio, mas seu poder é
diferente, que Ele individualiza na pobreza de Deus e na paz o único poder
salvador.
Também nos afirma Montfort que a Mãe
de Jesus possuía grandes virtudes de grande verdade, entre elas a ‘SABEDORIA
DIVINA’, acompanhada de uma OBEDIÊNCIA CEGA a Palavra de Deus e aos Mandamentos,
a Virgem Maria cumpriu e honrou o grande Mandamento “Amar a Deus sobre todas as
coisas”, por isso é necessário vencer os apegos as coisas do mundo. Ela vivia a
verdade.
SALVE MARIA SANTÍSSIMA!
REFERÊNCIAS
DISCURSO
DO PAPA BENTO XVI. Palácio Reichstag de Berlim
Quinta-feira, 22 de Setembro de 2011. Disponível no Site Oficial do Vaticano.
RATZINGER,
Joseph.
BENTO XVI, Papa. Jesus de Nazaré: da entrada em Jerusalém até a
ressurreição. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2011.
MONTFORT,
São Luís Maria Grignion de. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima
Virgem. São Paulo: Paulus, 2010.
CARVALHO,
César e Carvalho, Mara. Consagra-te: devocionário. Natal: Mater Dei, 2012.