sábado, 30 de agosto de 2025

Seminário na PUC Rio discute o financiamento da preservação do patrimônio histórico e católico

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da sua Comissão de Cultura e Educação, se somou como parceira à Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e sua Cátedra Guido Schaffer, ao Ministério Público Federal e ao Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) na realização do “Seminário Cultural Católico no Brasil – Desafios e Alternativas de Financiamento”, realizado na quinta-feira, 28 de agosto, no Espaço Dom Luciano Mendes, no Rio de Janeiro (RJ).

O evento é um espaço de diálogo para discutir caminhos que preservem a memória e fortaleçam a identidade cultural e conta com grandes nomes para conversar sobre esse tema fundamental, que conecta memória, espiritualidade, cultura e a história da Igreja Católica no Brasil.

A programação começou com apresentação da Camerata Jovem do Rio de Janeiro, seguida de abertura institucional e de conferências que abordoram os temas: “O papel do IPHAN e da CNBB na defesa do patrimônio cultural da Igreja Católica no Brasil”, “Novas alternativas de financiamento do patrimônio religioso no Brasil”, “Como as melhores práticas internacionais e o Acordo Brasil – Santa Sé podem auxiliar na preservação do Patrimônio histórico e artístico”.

O reitor da PUC Rio, padre Anderson Antônio Pedroso, S.J., destacou, na acolhida dos participantes e abertura do seminário, o caráter histórico do evento porque reúne academia, representantes da gestão de políticas públicas e Igreja para apontar perspectivas para a gestão do patrimônio histórico. “A arte e o patrimônio por si só não se mantém se não tiver pessoas e grupos que cuidem deles”, disse.

“O patrimônio sacro no Brasil é uma herança de fé”

O grão chanceler da PUC Rio, cardeal Orani Tempesta, afirmou que o patrimônio histórico conta a história da Igreja mas também a história do Brasil. O arcebispo do Rio de Janeiro enalteceu a realização do seminário que discute o as alternativas e podem oferecer caminhos concretos e sustentáveis de financiamento do patrimônio histórico do Brasil.

“A preservação do patrimônio cultural católico não é apenas uma questão estética ou de turismo. É acima de tudo um compromisso ético com as gerações passadas, que nos legaram essa riqueza, e com as gerações  futuras que têm direito de receber um patrimônio íntegro e vivo. Esse encontro chega em hora propícia”, disse dom Orani. 

O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, afirmou na abertura que o patrimônio sacro da Igreja Católica no Brasil mais que uma propriedade eclesial, é uma herança de fé. “Arte, história e arquitetura pertencem ao povo brasileiro, também como um aspecto de identidade de vida, onde as pessoas se reconhecem e se identificam com os lugares e com a história”, disse.

Dom Ricardo disse que a Nota Técnica recente, publicada pelo Ministério Público Federal, aponta a existência de mais de 400 bens ligados à Igreja Católica estão tombados em nível federal, muitos em estado crítico de conservação. “A CNBB entende que nem o Estado e nem a Igreja Católica sozinha têm condições de responder à esta demanda. Por isto, este momento histórico é necessário para pensarmos juntos um modelo ou pacto de corresponsabilidade que una Governo, Igreja e Sociedade”, pontuou.

“Cada altar conserva a esperança rezada por gerações”

O secretário-geral da CNBB levantou as preocupações sobre como superar a cultura de não preservação no Brasil e como elaborar critérios que sejam equitativos e proporcionais à aplicação dos recursos. Dom Ricardo defendeu a ideia de criação de um fundo a ser gerido com transparência como um serviço ao cuidado do patrimônio. “Que este encontro possa marcar uma época de mais esperança com soluções mais concretas para o cuidado com o patrimônio histórico da Igreja Católica e do Brasil”, concluiu.

“O patrimônio sacro é fonte de fé e esperitualidade, mas também gera benefícios sociais a todos. O patrimônio sagrado não é apenas uma pedra erguida, mas coração que pulsa. Cada Igreja guarda a memória da fé de um povo, cada altar conserva a esperança rezada por gerações, cada imagem é raiz que nos lembra quem somos. Cuidar desse patrimônio é cuidar da alma viva do Brasil. Este é o sentido do esforço de estarmos neste seminário: amar o que somos e cuidar do que seremos”, concluiu.

Além de dom Ricardo, outros membros da CNBB participaram do evento, como o presidente e o assessor da Comissão Episcopal para a Cultura e a Educação, dom Gregório Paixão e o padre Luciano da Silva Roberto. Dom Gregório Paixão e o presidente do IPHAN, Leandro Grass, abordaram o Acordo de Cooperação Técnica (ACT), firmado entre a CNBB e o IPHAN. Trata-se da renovação de um acordo já firmado entre as partes no dia 16 de junho de 2021 com o objetivo de realizar ações conjuntas para preservação e valorização do Patrimônio Cultural Material da Igreja Católica.

 

Dom Gregório Paixão e Leandro Grass. | Fotos: Ana Beatriz Magalhães – PUC Rio.

Acompanhe, abaixo, aqui como foi o evento:

 

Saiba mais:
CNBB e IPHAN celebram novo acordo de cooperação técnica para preservação do Patrimônio Cultural da Igreja Católica – CNBB

Por Willian Bonfim
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