Na 1ª leitura de hoje, temos a narrativa da instituição da Páscoa que nos revela a profundidade do amor de Deus por seu povo. Em meio à opressão egípcia, Deus prepara a libertação dos israelitas com um gesto poderoso: o sangue do cordeiro como sinal de salvação. Este sangue, que marca as portas, é símbolo da proteção divina e da passagem da morte para a vida.
A Páscoa é mais do que um evento histórico; é um memorial perpétuo da fidelidade de Deus. Cada vez que celebramos a Eucaristia, revivemos essa passagem: do pecado à graça, da escravidão à liberdade. Somos convidados a viver com os “rins cingidos”, ou seja, prontos para partir, desapegados, confiantes na providência divina.
O salmo de hoje é uma resposta de gratidão. "Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor." O salmista reconhece que tudo o que tem, vem de Deus e, por isso, oferece um sacrifício de louvor. A libertação vivida pelo povo no Êxodo é também pessoal: Deus quebra os grilhões da nossa escravidão interior.
Somos chamados a viver como servos libertos, que não apenas reconhecem a ação de Deus, mas que se comprometem a cumprir suas promessas “na presença do povo reunido”. A fé não é vivida no isolamento, mas em comunidade.
No Evangelho de Mateus, Jesus confronta os fariseus que criticam seus discípulos por colher espigas no sábado. Ele os lembra que a Lei não pode ser usada para condenar os inocentes. A frase-chave do Evangelho é: “Quero a misericórdia e não o sacrifício.”
Jesus nos ensina que a misericórdia está acima do legalismo. A Lei existe para servir à vida, não para sufocá-la. O sábado, instituído como tempo de descanso e comunhão com Deus, não pode se tornar um fardo. Cristo, como Senhor do sábado, nos convida a viver a fé com liberdade e compaixão.
Hoje, somos convidados a renovar nossa confiança no Deus que liberta, a oferecer um louvor sincero e a viver a fé com misericórdia. Que o sangue do Cordeiro, Cristo, marque nossas vidas e nos conduza à verdadeira liberdade.