A carta EE - ECCLESIA DE EUCHARISTIA- de São João Paulo II, foi destinada aos bispos, aos presbíteros e aos diáconos, também às pessoas consagradas e a todos os fiéis leigos sobre a Eucaristia na sua relação com a igreja. Um dos importantes escritos de seu pontificado.
A carta é escrita em Roma, junto de São Pedro aonde está a Cátedra Papal, no dia 17 de abril, era uma ‘Quinta-feira Santa’, do ano de 2003, e também o vigésimo quinto do seu Pontificado e Ano do Rosário instituído por ele.
Ao escrever esta carta encíclica, o papa teve a preocupação de abordar temas peculiares da Eucaristia que não podiam ficar de fora de seus escritos, como o mistério da fé, o tesouro que edifica a Igreja, a Apostolicidade da Eucaristia e da Igreja, a comunhão eclesial, o decoro da celebração eucarística, Maria a mulher eucarística – porque também admirava os escritos de Montfort, fechando assim a sua encíclica, que foi uma riqueza para nossa igreja.
Karol Wojtyla, ou o papa peregrino, como foi chamado devido ao grande número de viagens missionárias feitas, creio que ainda é o que mais as fez em toda história da igreja, ele começa expressando o sentido maior da Igreja, e o que a sustentou desde a ressureição do Cristo, o maior tesouro da nossa religião, e a síntese do próprio Magistério da Igreja.
A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja. É com alegria que ela experimenta, de diversas maneiras, a realização incessante desta promessa: « Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo » (Mt 28, 20); mas, na sagrada Eucaristia, pela conversão do pão e do vinho no corpo e no sangue do Senhor, goza desta presença com uma intensidade sem par.
Diz o santo polonês que o “O Concílio Vaticano II justamente afirmou que o sacrifício eucarístico é « fonte e centro de toda a vida cristã »”. Ainda é uma fala sua repetida em muitas homilias e nos diversos Angelus proferidos que “na santíssima Eucaristia, está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo,”, também nos diz que ela é “a nossa Páscoa e o pão vivo que dá aos homens a vida mediante a sua carne vivificada e vivificadora pelo Espírito Santo », assim sendo como disse o santo Carlo Acutis a “Eucaristia é a nossa estrada para o céu”.
Afirmava assim, que, nossa Igreja está vendo o Senhor que caminha conosco, “por isso, o olhar da Igreja volta-se continuamente para o seu Senhor, presente no sacramento do Altar, onde descobre a plena manifestação do seu imenso amor”, e vivendo com o ‘amor’ que é o próprio Deus ela é fortalecida no hodierno dos tempos.
Como diz são Carlo Acutis, há entre os santos três amores brancos que todos somos convidados a cultivar, o branco da EUCARISTIA, o branco da VIRGEM MARIA, e o branco do ANCIÃO DE ROMA, pelo qual devemos sempre rezar.
No ano 2000, no que o papa chamou de grande jubileu, ele teve a oportunidade de celebrar no mesmo lugar que Jesus celebrou em Jerusalém.
Em suas palavras,
Foi lá que Jesus tomou nas suas mãos o pão, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: «Tomai, todos, e comei: Isto é o meu Corpo que será entregue por vós» (cf. Mt 26, 26; Lc 22, 19; 1 Cor 11, 24). Depois, tomou nas suas mãos o cálice com vinho e disse-lhes: «Tomai, todos, e bebei: Este é o cálice do meu Sangue, o Sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos para remissão dos pecados» (cf. Mc 14, 24; Lc 22, 20; 1 Cor 11, 25).
Como podemos ver, a consagração eucarística está permeada pelos versículos dos Evangelhos, pois é necessário usar as mesmas palavras de o Mestre usou, e ele apresenta esse detalhe, pois “quem não conhece as Escrituras, desconhece Deus”, afirma a DV – Dei Verbum, documento do Concílio Vaticano II.
Para o papa, este fato marcou a sua vida, afirmou ele: “Dou graças ao Senhor Jesus por me ter permitido repetir no mesmo lugar, obedecendo ao seu mandato: «Fazei isto em memória de Mim» (Lc 22, 19).
Viver a Eucaristia como viveram os santos, será sempre o nosso maior desafio, afirma o pontífice, na hora em que Jesus celebrava sua primeira Eucaristia, talvez nem os apóstolos tivessem entendido a profundidade do ato. Observem: “Teriam os Apóstolos, que tomaram parte na Última Ceia, entendido o significado das palavras saídas dos lábios de Cristo? Talvez não”.
Nem mesmo aqueles que tomam a Eucaristia, convivem com Jesus, estão totalmente mergulhados na experiência com o Cristo.
Afirma São João Paulo sobre este evento no cenáculo, lugar onde Jesus celebrou a primeira vez que:
Aquelas palavras seriam esclarecidas plenamente só no fim do Triduum Sacrum, ou seja, aquele período de tempo que vai da tarde de Quinta-feira Santa até à manhã do Domingo de Páscoa. Nestes dias, está contido o mysterium paschale; neles está incluído também o mysterium eucharisticum.
Como se vê, não basta apenas comungar o Corpo de Cristo, é necessário fazer a experiência com Ele, mergulhar neste mistério. Ir mais longe que são Tomé, acreditar, como o disse Jesus, “felizes os creem sem ter visto”, por isto nossa geração é feliz, pois tem a Cristo em Corpo e Sangue para nossas batalhas até que um dia, “completemos a jornada e guardemos a fé”. Salve Maria Santíssima a Mãe do Redentor, e que seu Filho seja adorado e amado nesta Terra de Santa Cruz.
REFERÊNCIAS
https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/sao-mateus/1/ acesso em 09 fevereiro de 2025.
CARTA ENCÍCLICA, REDEMPTORIS MATER, do sumo pontífice JOÃO PAULO II sobre a Bem-Aventurada Virgem Maria na vida da igreja que está a caminho. Disponível em https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25031987_redemptoris-mater.html com acesso em 16 de fevereiro de 2025.
EE - CARTA ENCÍCLICA ECCLESIA DE EUCHARISTIA DO SUMO PONTÍFICE JOÃO PAULO II. Disponível no site do Vaticano. www.vatican.va. Acesso em 13 de fevereiro de 2025.