sábado, 15 de março de 2025

MARIA E A EUCARISTIA SEGUNDO MONTFORT


Diácono Paulo Gabriel Batista de Melo
Capelania Nossa Senhora do Loureto
Ordinariado Militar do Brasil – Parnamirim (RN)



Afirmava São Luis de Montfort que havia uma profunda relação entre Maria Santíssima e a eucaristia, pois, o sangue e a carne de Jesus são biologicamente o sangue e a carne de Maria, assim ele o disse: “Uma vez que Maria deu ao Redentor sua carne e sangue, segue-se que ela não pode deixar de estar envolvida nos mistérios que são um memorial único da mesma carne e sangue, isto é, a Eucaristia”.

Foi precisamente porque ele tinha em mente a conformidade dos fiéis a Jesus Cristo, com Maria desempenhando um papel importante, que Montfort imaginava e dinâmica a Consagração a Jesus pelas mãos de Maria, que ele pretendia que fosse feito em estreita conexão com a Sagrada Comunhão.

É de imaginar se o Filho de Deus que se permitiu ter a mesma carne e sangue de sua mãe, iria se importar se os filhos de Deus fossem consagrados a Jesus por Maria Santíssima? Óbvio que não. Ser devoto de Maria em muito agrada ao Filho de Deus. Não se pode ser amigo do ‘Rei de Israel’ (Cf. Jo 12, 13), sem gostar de sua Mãe Santíssima, não é inteligente não gostar da Mãe de Deus, ela já está no céu com Jesus, e quem não gosta de Nossa Senhora como vai parar no mesmo céu que ela está com o Filho, é amada pelo Pai como a melhor filha que Ele teve, e com o Espírito Santo uma esposa fiel a Deus e a todos os seus propósitos.

Há duas passagens que gosto de refletir sobre a mediação de Maria Santíssima, ela não quer tomar o lugar de Jesus, mas, quer levar todas as almas a ele.


Jo 2, 5

Façam o que Ele mandar”

Nas Bodas de Caná, na Galileia, a Mãe de Jesus preferiu ver o Filho começar sua fase final da vida “a minha hora ainda não chegou”, do que ver os noivos passarem vergonha. Jesus ainda a alerta, mas ia desobedecer a Mãe que tanto amava, e apesar de dizer, “a minha hora não chegou”, ainda assim obedece, mas, ela preferiu não deixar que aqueles noivos, começando sua vida matrimonial, passassem uma vergonha que poderia refletir no casamento dali para frente, ela não discute, apenas diz “Façam o que Ele mandar”, ela deixa nas mãos de Jesus, afinal ele é Deus, saberá definir melhor o que fazer, mas, Jesus ama tanto sua mãe que também não quer deixar que ela fique preocupada com aqueles noivos, os apóstolos estão presente, também foram a festa, que agora tinha 600 litros de vinho para celebrar durante muitos dias.

Aprendemos muito com isso, se faltar vinho em sua vida matrimonial, em seu ministério ordinário ou extraordinário, peça a Mãe, ela certamente intercederá por ti amado irmão ou irmã, e serás agraciado em abundância. A mãe, o Filho atende, e fará o milagre que nos for necessário, se este for para o nosso bem. Em especial para nossa vocação.


Ap. 12, 17

Este, então, se irritou contra a Mulher e foi fazer guerra ao resto de sua descendência, aos que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus.”

A grande luta do Arcanjo Miguel e os anjos decaídos, é narrada neste capítulo do Apocalipse de São João, mas, há aqui, uma profunda reflexão que devemos fazer:

Primeiro: o dragão atacará os filhos de Nossa Senhora. Por este motivo devemos andar nos caminhos do Senhor. Estar em dia com os Sacramentos, confessar-se corriqueiramente, fazendo sempre um bom exame de consciência. Orar sem cessar. Pautar a nossa vida com um bom testemunho cristão, mesmo sabendo que nos tempos finais, isso será motivo de injúrias e de escárnios, por uma sociedade decadente que caminha para o abismo, não é à toa que São Padre Pio dizia, “não sei se caberá no inferno tanta gente desta geração”.

Para Mara e Cesar Carvalho (2011, p.57), exame de consciência requer que avaliemos a lexologia das palavras ‘exame’ e ‘consciência’. “Exame é uma análise, estudo, investigação minuciosa [...] e consciência é um sentido ou percepção que o ser humano possui do que é moralmente certo ou errado em atos e motivos individuais”, e este escrito está na obra deste casal, que recebeu aprovação eclesiástica de Dom Matias, hoje bispo emérito da Arquidiocese de Natal.

Segundo: quem são seus filhos? São aqueles “que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus.” Cf. Ap 12.

Se eu e você, quisermos ser filhos da Mãe Santíssima, vamos ter que obedecer aos mandamentos, e dar o testemunho de Jesus. Não há outro caminho, e em tempos difíceis como os nossos, isso poderá custar a nossa liberdade e a nossa vida, como tem ocorrido no Oriente Médio e Oriente Próximo, que tanto tem pedido paz o nosso querido Papa Francisco.

Na primeira vinda de Jesus, o povo judeu era perseguido por muitos impérios, em especial pelo império romano. Quando Jesus nasceu, Herodes perseguiu e matou muitas crianças, ele tinha medo de perder o reinado deste mundo conhecido, então, é pedagógico acreditar em Mateus 24 e 25. Vamos viver os dias mais difíceis sobre a terra para um cristão que deverá dar o testemunho de Jesus, quanto mais próximo estivermos da Parusia.

Que a “Mãe do Redentor” nos cubra com seu manto santo e interceda por cada um de nós.


REFERÊNCIAS

BENTENCOURT, Estevão. Cristologia. Rio de Janeiro: Mater Ecclesiae, 2009.

CARVALHO, César Augusto Saraiva; Carvalho, Mara Lícia Figueiredo Vieira de. Consagra-te! Devocionário. Natal/RN: Mater Dei, 2011.

RATZINGER, Joseph. PP Bento XVI. Jesus de Nazaré: da entrada em Jerusalém até a ressurreição. São Paulo: Planeta, 2011.

VERGARA, S. C. Métodos de coleta de dados no campo. São Paulo: Atlas, 2005.

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