Arquidiocese de Natal
Caríssimos amigos e irmãos na fé
Natal é Deus chegando silenciosamente para ficar conosco. Inefável é a beleza de tão sublime gesto. O sonho da humanidade, ao longo da história, era ter o Onipotente perto de si. Encarnando-se, o Verbo Divino aceitou a nossa limitação, optando por nossa existência a fim de nos arrancar da pobreza e enriquecer de sua Vida. O Infinito tornando-se humano valorizou a matéria da qual participamos. E como se não bastassem indizível amor e poesia, a vinda do Salvador ao mundo foi perpetuada pela Eucaristia, sacramento do cotidiano nascimento de Jesus. Cada ano celebra-se o memorial das incontáveis vezes em que Deus nasce em nós, nos singelos e silenciosos natais, demonstrando sua admirável ternura. O Natal é o homem renascido em Cristo e revestido do mistério da divindade.
Tanto no Natal, quanto na Eucaristia, Deus se fez pequeno. Infelizmente, muitos atualmente julgam-se grandes. O Filho de Deus não se arvorou de nenhum poder. Nasceu humilde, despojado e incógnito. Mas, no Brasil de hoje, vive-se um período de arrogância, prepotência, deslumbramento do poder, radicalismo e conveniências ideológicas. Revela-se na contramão da mensagem cristã, que consiste na Paz. Reina a civilização do medo e da angústia. Mas, o Anjo do Senhor fez o precônio da tranquilidade: “Não tenhais medo.
Hoje nasceu para vós o Salvador” (Lc 2, 10-11). Jesus é o príncipe da Paz, mas o mundo parece preferir o ódio. Ele é a Justiça, a união, entretanto muitos pretendem impor desigualdades e divisões. Aproveito do ensejo para agradecer todos os votos a mim formulados e à minha família. Que neste Natal, Deus nos envie chuvas de esperança e alegria, fraternidade e harmonia para a nossa pátria e nossos irmãos. Boas Festas para todos, vividas no aconchego da família. E que o Menino Deus abra os seus braços para recebê-los e abençoá-los. São os votos de padre João Medeiros Filho e seus familiares.