No coração do Advento, estamos a um passo do Natal. As leituras de hoje nos convidam a contemplar dois corações fiéis que souberam dizer "sim" a Deus com total despojamento: Ana e Maria. Elas nos mostram que o Advento não é só espera, mas entrega radical, que abre espaço para o poder de Deus agir.
Vejamos Ana, na primeira leitura. Depois de anos de esterilidade e oração ardente, ela cumpre a promessa feita ao Senhor. Leva o pequeno Samuel ao templo, dizendo: "Pelo menino que eu pedi ao Senhor, eu o devolvo" (1Sm 1,27-28). Não é uma oferta relutante, mas uma entrega plena: "Ele é de Deus". Ana não segura Samuel para si; oferece-o como holocausto vivo. E o que acontece? Seu coração transborda em louvor no cântico que acabamos de proclamar: "Meu coração exulta no Senhor" (1Sm 2,1). Os fracos se fortalecem, os fartos se humilham, porque "o Senhor faz morrer ou faz viver" (1Sm 2,6). Ana descobre que a verdadeira alegria não está em possuir, mas em confiar.
Maria, no Evangelho, ecoa esse mesmo mistério. Ela corre a Ain Karim para servir Isabel e irrompe no Magnificat: "A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador" (Lc 1,46-47). Maria, a humilde de Nazaré, proclama a revolução de Deus: "Derrubou os poderosos de seus tronos e aos humildes sublizou; aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias" (Lc 1,52-53). Como Ana, Maria entrega tudo, seu ventre, sua vida, seu futuro, ao projeto de Deus. E Deus a exalta, tornando-a Mãe do Salvador.
Querido povo de Deus, o Advento nos pergunta: o que estamos oferecendo a Deus como Ana e Maria? Em meio às compras, festas e preocupações, será que guardamos algo para nós, ou entregamos tudo? Samuel e Jesus nascerão de ventres "vazios" que se encheram da vontade divina. Assim deve ser conosco: esvaziar-nos para que Cristo cresça.
Nesta véspera de Natal, imitemos essas mulheres fortes. Ofereçamos ao Senhor nossas dores, planos e medos. Ele os transformará em cântico de louvor. Preparemos o coração para acolher o Menino Deus, que vem derrubar nossas barreiras e encher-nos de graça.
Que Maria, a Magnificat viva, e Ana, a profeta da entrega, intercedam por nós.
Assim seja!
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