Olá, povo de Deus, paz e bem para vocês também!
O Domingo de Ramos e a Paixão do Senhor é um momento muito especial na vida da Igreja, onde celebramos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e nos preparamos para os eventos da Paixão.
Hoje nos reunimos para celebrar o domingo que marca o início da Semana Santa. Este é um dia de grande importância, pois recordamos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, quando foi recebido com ramos e aclamações. No entanto, rapidamente somos levados a refletir sobre o mistério da sua Paixão.
As leituras de hoje nos falam profundamente sobre o sofrimento e a obediência. No livro de Isaías (Is 50,4-7), vemos a figura do Servo Sofredor que não se recusa ao sofrimento, mas sim se entrega à vontade do Senhor. Ele diz: “O Senhor Deus me deu uma língua de aprendiz para que eu saiba dizer uma palavra ao que está desanimado”. Assim como este servo fiel, Jesus também se entrega ao Pai com confiança plena.
O Salmo 21 (22) ecoa as palavras profundas da agonia do sofrimento. "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" Essa frase ressoa no coração dos cristãos durante toda a história. Podemos ver em nosso próprio sofrimento e nas dificuldades cotidianas como muitas vezes sentimos essa distância de Deus. Contudo, é importante lembrar que mesmo na dor, Ele está presente conosco.
Na Carta aos Filipenses (Fl 2,6-11), Paulo nos convida a contemplar o mistério da humilhação e exaltação de Cristo. Ele que era igual a Deus não considerou essa igualdade como algo a ser retido, mas assumiu a condição humana e se fez servo até à morte. Isso nos mostra que o verdadeiro poder vem da humildade e do amor sacrificial.
Finalmente, no Evangelho segundo Lucas, somos levados através dos eventos dramáticos que cercam a paixão de nosso Senhor. A traição de Judas e as negações de Pedro destacam nossa fragilidade humana diante das circunstâncias difíceis. Porém, através desse relato sombrio também vemos réstias de luz: Jesus perdoa aqueles que O crucificam; Ele se lembra do bom ladrão durante seu último momento na cruz; e Sua entrega total revela um amor incomensurável pela humanidade.
Hoje somos chamados a refletir sobre nossa própria jornada espiritual neste tempo quaresmal. Como podemos seguir o exemplo do Servo Sofredor? Estamos dispostos a carregar nossas cruzes diárias com fé? Como comunidade cristã, devemos unir nossas vozes aos clamores dos ramos levantados: "Bendito aquele que vem em nome do Senhor!"
Que nesta Semana Santa possamos entrar plenamente na experiência pascal: abraçando tanto os ramos da vitória quanto os momentos sombrios da cruz. Que possamos vivenciar este amor redentor em nossas vidas diárias.
Assim seja!
Por Diácono Edson Araújo