A Liturgia da Palavra nos convida hoje a meditar sobre a misericórdia de Deus e sobre como, muitas vezes, nossos corações podem ser endurecidos por invejas e interesses próprios, afastando-nos do plano divino.
Na primeira leitura, do livro do Gênesis, encontramos a história de José, um jovem amado por seu pai, mas odiado por seus irmãos. A inveja levou os irmãos de José a conspirarem contra ele, vendendo-o como escravo ao Egito. Esta atitude revela como a inveja, quando cultivada em nossos corações, pode gerar atos de extrema crueldade e distanciamento de Deus. No entanto, sabemos que Deus, em sua providência, transforma até as situações mais adversas em instrumentos para realizar seus planos.
O Salmo responsorial exalta a fidelidade de Deus, que mesmo nas situações mais difíceis, jamais abandona seus servos. José, que foi vendido e humilhado, torna-se exemplo disso: Deus o eleva ao lugar de honra no Egito, mostrando que Seus caminhos são superiores aos nossos.
Ao refletirmos sobre estas passagens, somos convidados a olhar para nossos próprios corações. Existe algo que nos impede de acolher plenamente o plano de Deus em nossas vidas? Talvez sentimentos como inveja, orgulho ou indiferença estejam nos afastando de nossa missão como discípulos de Cristo. A Quaresma é um tempo de graça para reconhecermos estas fraquezas, pedir perdão e permitir que a misericórdia divina nos transforme.
Além disso, somos chamados a sermos vinhateiros fiéis, cuidando da vinha que o Senhor nos confiou – seja em nossa família, comunidade ou ministério. Que possamos dar frutos de justiça, amor e paz, colaborando para a construção do Reino de Deus.
Por fim, recordemos que a misericórdia de Deus está sempre à nossa disposição. Assim como Ele transformou a vida de José e tantas outras situações na história da salvação, Ele também pode transformar nossas vidas, desde que abramos nossos corações para Sua graça.
Assim seja!
Por Diácono Edson Araújo