sexta-feira, 7 de março de 2025

"Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão" (Mateus 9, 15)

Olá, povo de Deus, paz e bem para vocês também!

Ao iniciarmos o tempo da Quaresma, a liturgia de hoje nos convida a refletir sobre o verdadeiro significado de nossa caminhada penitencial. Não se trata apenas de cumprir ritos externos, mas de experimentar uma profunda transformação interior que nos aproxima de Deus e do próximo.

Na primeira leitura, do livro do profeta Isaías, ouvimos um chamado profético que continua ecoando até nossos dias: *“É este o jejum que desejo: libertar os oprimidos, repartir o pão com o faminto, acolher o desabrigado, vestir quem está nu”* (Is 58,6-7). Deus nos recorda que a verdadeira prática religiosa vai além de rituais formais. O jejum que agrada ao Senhor é aquele que produz frutos concretos de justiça, solidariedade e amor.

Essa mensagem encontra eco no **Salmo 50**, que expressa o grito de um coração arrependido: *“Criai em mim, ó Deus, um coração puro e renovai em mim um espírito resoluto”* (Sl 50,12). Aqui, vemos que a conversão começa dentro de cada um de nós, com um espírito contrito que busca a misericórdia de Deus. Não é uma mudança superficial, mas uma renovação total do coração.

No Evangelho de São Mateus, os discípulos de João questionam Jesus sobre o jejum. A resposta de Cristo nos ensina algo essencial: a caminhada de fé é marcada por tempos diferentes. Enquanto o noivo está presente, há alegria. Mas haverá o tempo do jejum, um momento de preparação e espera pela sua volta. Este período quaresmal é justamente esse tempo de renovação e vigilância, uma oportunidade de intensificarmos nossa intimidade com Deus.

Portanto, hoje somos convidados a viver a Quaresma não como um peso, mas como uma oportunidade de crescimento espiritual. Jejum, oração e caridade não são apenas práticas externas, mas formas de moldar nosso coração segundo a vontade de Deus. Que cada gesto de solidariedade e cada momento de oração sejam expressões autênticas de nossa fé.

Que esta celebração nos inspire a ser instrumentos da misericórdia divina no mundo, rompendo as cadeias da injustiça e semeando o amor que transforma.

Assim seja!

Por Diácono Edson Araújo


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