Alguns não percebem a natureza do Verbo que se fez carne, ou seja, a comunicação de Deus com sua presença em nossa história. Ele assumiu a realidade dos homens, porque eram capazes apenas de olhar para eles mesmos. A luminosidade do amor do Deus-Menino faz-nos reconhecer os próprios limites, no entanto, superados, pela força e misericórdia da Criança, nascida em Belém. Aceitar o nascimento de Cristo é essencial para que o homem tenha a certeza de que a vida vale a pena ser assumida para perdoar e amar, como Ele fizera e ensinara. Olhar para fora de si é importante para uma convivência promotora de nossa existência, dom de Deus, que deve ser desenvolvida em comunhão de fraternidade, no respeito ao outro e à natureza.
O Menino do Presépio, Deus-conosco, veio para entrar na manjedoura de cada um de nós, dando-lhe sentido. Aceitando-O, veremos que, na transitoriedade da nossa peregrinação terrena, é gratificante a caminhada em busca da Paz e da Verdade. Por que há tanta concentração de riquezas e poder nas mãos de minorias insaciáveis, sem promover a justiça social? Por que alguns se detêm numa religiosidade intimista, procurando seus interesses na busca de soluções de problemas pessoais, sem compromisso com a promoção dos outros em função de uma cidadania plena? Por que o uso da religião para oprimir grupos e desviar o sentido da fraternidade e do respeito à diversidade humana?
Quando o nascimento de Jesus acontecer em cada pessoa, família e organização social, teremos sua luz a nos fazer compreender a nossa missão de construir mais solidariedade e dignidade. Estas levarão a promover o existir com maior sentido para todos. Mister se faz aceitar que o Menino-Deus nos torna criaturas novas. Se isto acontecer, realizar-se-á, então, o que o profeta Isaías anunciou: “O povo que andava na escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu. Fizeste crescer a alegria e aumentaste a felicidade; todos se regozijam em tua presença...” (Isaías 9, 1-2).
O Natal de Jesus ainda não aconteceu para muitos. Quem O deixa nascer em si mesmo, é convidado a bater à porta do coração dos outros para compartilhar a alegria de tê-Lo dentro de si. A centralidade da festa do Natal é a união do Divino e do humano. Deus é Amor, que vem ao nosso encontro, “esvaziando-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens” (Fl 2,7). Hoje, verificamos um paradoxo. A Igreja fez de tudo para cristianizar a festa do Natal pagão. A sociedade de consumo deixa-se levar cada vez mais para paganizar o Natal cristão. O Menino Jesus está dando lugar ao Papai Noel.
Este ganha mais destaque nos shoppings do que o presépio.Pobre ou rico, erudito ou iletrado, o homem carrega consigo um segredo, que só se torna claro à luz do mistério divino. E que verdade profunda: “O Verbo se fez carne e veio morar entre nós” (Jo 1, 14)! O mistério de Deus e o nosso se entrelaçam na pessoa de Jesus. A vida tem sentido. O Eterno-Absoluto existe e caminha conosco. Recebamos um Deus-Criança, inocente, solidário, vivo, em permanente comunicação conosco, iluminando nossa existência, transfigurando nossas dores e transformando a morte em passagem para a plenitude da vida. Por isso proclama o profeta Isaías: “Multiplicaste a alegria do teu povo, redobraste sua felicidade. Adiante de Ti vão felizes, como na alegria da colheita, como se repartissem conquistas de guerra” (Is. 9,2).
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