É um dos principais compromissos de desinvestimento baseados na fé feitos até hoje e pretende enviar “um sinal forte” aos líderes mundiais, reunidos por estes dias no Brasil para a COP30: 62 instituições católicas e protestantes anunciaram esta terça-feira, 18 de novembro, o seu desinvestimento total em empresas de combustíveis fósseis.
A informação é publicada por 7 Margens, 18-11-2025.
A lista de instituições que farão este desinvestimento foi divulgada pelo Movimento Laudato Si’ e inclui cinco dioceses católicas (quatro em Itália e uma no Canadá), ordens religiosas católicas em França, Países Baixos, Bélgica, Alemanha, Áustria, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos, bancos católicos e protestantes na Alemanha e 42 membros do Arbeitskreis Kirchlicher Investoren (Aki), uma rede de investidores institucionais na Igreja protestante alemã.
Esta é a primeira vez que uma diocese católica no Canadá anuncia o seu desinvestimento em empresas de combustíveis fósseis, uma decisão particularmente significativa, tendo em consideração que o Canadá – juntamente com os EUA, a Austrália e a Noruega – está entre os maiores responsáveis pela expansão dos combustíveis fósseis desde o Acordo de Paris.
Globalmente, mais de 1.700 instituições assumiram até agora algum tipo de compromisso de desinvestimento em combustíveis fósseis. E são as organizações religiosas que vão à frente neste movimento, com mais de 600 a ter já compromissos de desinvestimento assumidos. Recorde-se que, em 2021, nas vésperas da COP26, 72 instituições religiosas fizeram um anúncio semelhante ao desta terça-feira [ver aqui].
Além de desinvestirem nos combustíveis fósseis, “as comunidades religiosas estão a pressionar governos e bancos para que também eles eliminem gradualmente o apoio a esses combustíveis e aumentem os investimentos em energia limpa” adianta o Movimento Laudato Si’.
Para Lorna Gold, diretora executiva deste movimento católico que se inspira na encíclica do Papa Francisco com o mesmo nome, não restam dúvidas de que “o desinvestimento em combustíveis fósseis é um imperativo moral em resposta à crescente crise climática”. Por isso, “enquanto os governos globais continuam a falhar na ação climática, é extremamente encorajador ver grupos religiosos a assumir a liderança ao desinvestir em empresas de combustíveis fósseis e ampliar o investimento em soluções climáticas”, afirma, citada no comunicado, deixando um apelo a todas as organizações que ainda não iniciaram este caminho para que o façam o mais rapidamente possível, em “sintonia com a urgência das crises climática e ecológica”.

