Continuamos nossa caminhada pascal acompanhados pela Palavra viva que ressoa no coração da Igreja. A liturgia de hoje nos confronta com duas realidades inseparáveis da vida cristã: o testemunho corajoso da fé e a busca verdadeira pelo Pão da Vida.
Na primeira leitura, vemos a conclusão do testemunho de Estêvão, o primeiro mártir da Igreja. Ele denuncia, com coragem profética, a resistência do povo à ação do Espírito Santo. Seu discurso direto e verdadeiro incomoda profundamente os ouvintes, que reagem com fúria. E então, mesmo sendo apedrejado, Estêvão mantém o olhar fixo no céu, cheio do Espírito Santo, e proclama: “Eis que vejo o céu aberto e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus.”
O martírio de Estêvão nos recorda que ser fiel ao Evangelho nem sempre nos fará populares ou aceitos. Muitas vezes, a verdade do Reino exige ousadia, mesmo diante da rejeição ou do sofrimento. Como ele, somos chamados a dar testemunho da nossa fé com firmeza e mansidão, confiando que Deus está conosco em todas as circunstâncias.
No Evangelho, Jesus responde às multidões que, após a multiplicação dos pães, pedem ainda mais sinais. Elas mencionam o maná do deserto como sinal de Moisés, mas Jesus revela algo muito maior: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome.”
Esse trecho é profundamente revelador. Jesus não oferece apenas alimento para o corpo — Ele se apresenta como o alimento da alma, o sustento para a vida eterna. A verdadeira fome humana não é apenas material, mas espiritual: sede de sentido, de amor, de plenitude. E só Cristo pode saciar essa fome.
Hoje, somos convidados a refletir: temos buscado Jesus pelo que Ele é ou apenas pelo que Ele pode nos dar? Como as multidões, muitas vezes queremos sinais e respostas rápidas, mas o Senhor nos convida à fé madura, que confia mesmo sem ver, que se alimenta da Palavra, da Eucaristia e do amor vivido no dia a dia.
Assim como Estêvão, sejamos corajosos no testemunho e perseverantes na fé. E como as multidões do Evangelho, aprendamos a desejar o verdadeiro Pão do Céu: Jesus Cristo, que sacia nossa fome e nos conduz à vida plena.
Assim seja!
Por Diácono Edson Araújo

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