A Liturgia deste sábado nos convida a refletir sobre o grande amor e a misericórdia de Deus, revelados tanto na profecia de Miqueias quanto no Salmo 102 e no Evangelho da parábola do Filho Pródigo. Vamos meditar sobre a profundidade dessas leituras e como elas ecoam no nosso caminho quaresmal.
O profeta Miqueias apresenta uma visão consoladora da misericórdia divina. Ele usa imagens pastorais, pedindo ao Senhor que cuide de Seu povo como um pastor que guia o rebanho. Deus não se mantém irado para sempre, mas Se compraz em perdoar e em demonstrar amor fiel. Neste tempo de Quaresma, somos chamados a confiar nesta misericórdia e a nos abrir ao perdão de Deus, reconhecendo que Ele lança nossas faltas nas profundezas do mar. Deus é o pastor que não abandona Suas ovelhas, mas as guia com ternura, perdoando as transgressões. Isso nos encoraja a buscar a reconciliação e a misericórdia, tanto com Deus quanto com os irmãos.
O Salmo é um hino de louvor ao Senhor por Sua bondade e compaixão. Ele destaca que Deus não nos trata segundo nossos pecados, mas segundo Sua misericórdia. A imagem de um Deus compassivo, que perdoa e redime, é central aqui. Em nossas orações, especialmente neste tempo de Quaresma, somos convidados a louvar a Deus por Sua paciência e amor. Ele nos convida a sermos também compassivos e a imitarmos Seu amor nas relações com os outros.
A parábola do Filho Pródigo é uma das mais belas expressões do amor misericordioso de Deus. O Pai da parábola representa Deus, que acolhe o filho arrependido com alegria e festa. O outro filho, que não compreende a misericórdia do Pai, nos alerta contra o orgulho e a falta de compaixão. Nesta Quaresma, somos como o filho pródigo, convidados a voltar para o Pai, certos de que Ele nos acolherá. Também somos chamados a evitar o comportamento do filho mais velho, permitindo que a alegria do perdão transforme nossos corações.
Estas leituras nos ensinam que a Quaresma é um tempo de volta ao Senhor, um tempo de experimentar Sua misericórdia sem limites. Assim como o Filho Pródigo, somos chamados a reconhecer nossas falhas e a retornar ao Pai. Ao mesmo tempo, devemos espelhar esta misericórdia em nossas relações, perdoando e acolhendo com o coração aberto.
Que este sábado seja uma oportunidade de vivenciar profundamente o amor e o perdão de Deus, alimentando-nos da Sua Palavra e do Seu Espírito. Que possamos nos aproximar d’Ele e sermos renovados por Sua graça.
Assim seja!
Por Diácono Edson Araújo

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