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Hoje iniciamos a Quaresma, um tempo de graça e de conversão, simbolizado pelas cinzas que receberemos na Missa de Cinza. As leituras desta quarta-feira nos convidam a refletir sobre nossa caminhada espiritual, marcada pela busca de reconciliação com Deus e com o próximo.
Na primeira leitura, do livro de Joel, ouvimos o apelo de Deus: "Voltai para mim de todo o coração, com jejuns, lágrimas e gemidos". Este é um convite à conversão sincera, que nasce do coração e não apenas de gestos externos. Deus nos chama a rasgar os corações e não as vestes, mostrando que a verdadeira mudança começa no interior.
O Salmo é a súplica de um coração contrito: "Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo a alegria de ser salvo". Este Salmo nos convida a clamar pela misericórdia divina, reconhecendo nossas fragilidades e confiando no amor que restaura e transforma.
Na segunda leitura, São Paulo, em sua carta aos Coríntios, nos lembra de que somos embaixadores de Cristo e que é tempo de reconciliação. Ele enfatiza que agora é o momento favorável, o dia da salvação. Isso nos motiva a não adiar a nossa conversão, mas a viver intensamente a graça que Deus nos oferece.
No Evangelho de Mateus, Jesus nos ensina como viver a espiritualidade da Quaresma por meio de três práticas fundamentais: a esmola, a oração e o jejum. Ele nos alerta contra a hipocrisia, lembrando que estas ações devem ser realizadas com discrição e sinceridade, buscando agradar a Deus e não aos homens.
Nesta Quaresma, somos chamados a renovar nossa vida espiritual, a praticar a caridade, a intensificar a nossa oração e a viver o jejum como um sinal de entrega a Deus. Que as cinzas que hoje recebemos nos lembrem de nossa fragilidade e da necessidade de depender da misericórdia divina. Como diz a liturgia: "Lembra-te que és pó e ao pó voltarás". Mas que este pó seja iluminado pela esperança da ressurreição que celebraremos na Páscoa.
Que esta jornada quaresmal seja uma oportunidade de renovação e de encontro com Deus.
Assim seja!
Por Diácono Edson Araújo