sábado, 8 de março de 2025

Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores para a conversão (Lucas 5, 32)




Após o início do tempo da Quaresma, entramos hoje neste sábado depois das Cinzas, um momento propício para refletirmos sobre o chamado à conversão e à experiência da misericórdia divina. As leituras de hoje nos conduzem por este caminho de amor e transformação.

Na primeira leitura, o profeta Isaías nos apresenta uma poderosa mensagem: o jejum que agrada ao Senhor é aquele que se traduz em ações concretas de caridade e justiça. Libertar os oprimidos, acolher os necessitados, não julgar e não criticar, eis o jejum verdadeiro. Quando vivemos dessa maneira, a luz de Deus brilha em nossa vida, e Ele se faz presente em nossas dificuldades. É um convite para que o tempo da Quaresma não seja apenas marcado por renúncias externas, mas por uma mudança profunda de atitudes em direção ao amor e à solidariedade.

O salmista, no Salmo 85, clama ao Senhor com confiança, reconhecendo-O como o Deus bom, cheio de amor e misericórdia. Ele nos lembra que, ao nos voltarmos para Deus com humildade e verdade, Ele nos ouve e nos acolhe. Este é o caminho do discípulo: confiar na bondade de Deus, que não se cansa de nos perdoar.

O Evangelho, narrado por São Lucas, nos apresenta o chamado de Levi, também conhecido como Mateus, um cobrador de impostos. Jesus, ao olhar para Levi, não vê apenas seus pecados, mas enxerga seu potencial para uma vida nova. Este gesto de Cristo nos ensina que a conversão não é fruto de uma imposição, mas de um encontro transformador com a misericórdia. Ao ser chamado, Levi deixa tudo para seguir Jesus e celebra com Ele um banquete, mostrando a alegria de quem é alcançado pelo amor de Deus. Além disso, Jesus nos lembra que Ele veio para os pecadores, para os que precisam de cura. Esta é uma mensagem que traz conforto e esperança: ninguém está excluído do amor divino.

Portanto, irmãos e irmãs, neste tempo da Quaresma, somos convidados a ouvir o chamado de Jesus, como Levi, e permitir que Ele nos transforme. Que nosso jejum, nossa oração e nossa caridade sejam expressões concretas de um coração que se abre para o amor e para o próximo. E que possamos confiar na infinita misericórdia de Deus, que sempre nos acolhe e nos guia.

Que Maria, Mãe de Misericórdia, nos ajude a viver este caminho de conversão com fé e alegria.

Assim seja!

Por Diácono Edson Araújo

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