Aos reitores, dom Ricardo reforçou que as universidades católicas no Brasil e no mundo são herdeiras de uma rica tradição de educação integral, orientada por uma visão que transcende a simples transmissão de conhecimentos. “Elas se fundamentam em uma missão de formar cidadãos não apenas capacitados tecnicamente, mas também comprometidos com o bem comum e com a dignidade humana”, destacou.
O secretário-geral da CNBB retomou trechos de uma conversa do Papa Francisco com a delegação da Federação Internacional de Universidades Católicas (FIUC), em janeiro de 2024: “Ajude-nos a traduzir culturalmente, em uma linguagem aberta às novas gerações e aos novos tempos, a riqueza da inspiração cristã; a identificar as novas fronteiras do pensamento, da ciência e da tecnologia e a habitá-las com equilíbrio e sabedoria. Ajude-nos a construir alianças intergeracionais e interculturais no cuidado da casa comum, em uma visão de ecologia integral, que ofereça uma resposta eficaz ao clamor da terra e ao clamor dos pobres.”
Sobre o tema do painel, dom Ricardo pontuou que a figura do farol representa sempre uma referência para o navegador, nunca é destino. “Ele assegura a continuidade do caminho, aponta para que lado devemos ir e para o lado que não devemos ir”, disse.
Missão das IEC
Ao refletir sobre a missão das universidades católicas, o bispo auxiliar de Brasília reforçou o que foi apontando pelo Papa Francisco, no documento “Veritatis Gaudium”: “As universidades e faculdades eclesiásticas têm o desafio de formar “uma comunidade de saber e de vida que, iluminada pela verdade de Deus e do homem, ao serviço da Igreja e da sociedade, contribua para a promoção da justiça e da paz” (Veritatis Gaudium, Proêmio, 1).
Dom Ricardo pontuou que as IES católicas são, assim, um espaço para a vivência de um “humanismo solidário”, conceito que vai ao encontro do documento “Educar para um humanismo solidário”, da Congregação para a Educação Católica. “As universidades católicas são chamadas a serem um refúgio e uma fonte de esperança, especialmente em tempos de crise social e ambiental” reforçou.
O secretário-geral da CNBB enalteceu a importância das IECs para a Igreja no Brasil e fez para os reitores o mesmo convite à sinodalidade que o Papa está fazendo à Igreja e aos cristãos: repensar nosso modo de ser e agir dentro da Igreja, recuperar o frescor do Evangelho e das primeiras comunidades, celebrar a misericórdia e a esperança em espírito jubilar, aprimorarmos nossa atividade pastoral em comunhão, participação e missão”. afirmou.
Dom Ricardo apresentou o processo em curso na Igreja no Brasil de elaboração das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) para os próximos quatro anos a serem aprovadas na 62ª Assembleia da CNBB em abril de 2025.
Por fim, reforçou um pedido do Papa: “ajudem a Igreja…”, na linha da eclesiologia do Concílio Vaticano II, e escutando mais o que o processo do Sínodo tem oferecido, cresce a necessidade de valorizarmos mais nossa Igreja Local, renovando o senso de pertença à diocese e à paróquia, a diocesaneidade. E cientes de que a evangelização é sempre comunitária, desperta-se o senso de sinodalidade, de caminhar juntos”, disse.
Dom Ricardo concluiu dizendo que “temos o chamado de não apenas iluminar o caminho acadêmico e profissional dos jovens, mas de sermos verdadeiros faróis, inspirando e promovendo uma visão de mundo onde o saber e o humanismo caminham de mãos dadas e onde apontamos para a verdadeira luz, que é Cristo”.
Para saber mais:
Acesse na íntegra o texto do discurso do secretário-geral da CNBB: Universidades Católicas: um Farol para a Igreja do Brasil.
Por Willian Bonfim
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