Segundo dados do TSE, atualmente existem 155.912.680 eleitores no Brasil, o que significa um aumento de 5,4% em relação a eleição de 2020. As regiões Sudeste e Nordeste são os dois maiores colégios eleitorais, reunindo, em 2024, aproximadamente 43% e 28% do total, respectivamente. Em seguida aparecem as regiões Sul, Norte e Centro-Oeste, com respectivamente 15%, 8% e 6% do eleitorado.
Aprendizado da democracia
Para o arcebispo de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Jaime Spengler, o momento representa uma oportunidade de renovar as lideranças políticas, promovendo jovens talentos e cidadãos comprometidos com a luta pelos direitos da cidadania no contexto democrático e republicano.
Dom Jaime afirma que a democracia, como busca de consensos e soluções, se manifesta no cotidiano, no chão das cidades. “O bom político é aquele que dá o primeiro passo para garantir que todas as vozes sejam ouvidas; é um trabalhador incansável, um construtor de grandes objetivos, com uma visão ampla, realista e pragmática”, diz.
De acordo com o arcebispo, os municípios são o melhor espaço para ensinar democracia, pois é onde o trabalho prático e os resultados das eleições têm maior visibilidade. Afirma, ainda, que as prefeituras desempenham papéis cruciais e muito relevantes: asseguram creches, pré-escolas e ensino fundamental; garantem parte dos serviços do SUS; regulam o uso e ocupação do solo urbano; promovem investimentos em infraestrutura; organizam o transporte coletivo; investem em mobilidade urbana; cuidam da coleta de lixo e sua destinação; garantem iluminação pública e apoiam a segurança pública municipal.
Ele cita que pela política passam pautas decisivas: a reapropriação dos recursos públicos para a população; a adoção das melhores localizações das cidades para todos, ao invés da retenção especulativa; a ocupação justa do solo, com uma infraestrutura inclusiva; as necessárias mudanças nas favelas e a redução de moradias precárias; formas de mobilidade ágeis e eficientes; infraestruturas que evitem ou minimizem as consequências de catástrofes naturais; enfrentamento das epidemias decorrentes da proliferação de mosquitos; a defesa ambiental; acesso de todos a educação e saúde com qualidade; a promoção de ações eficientes em prol da segurança pública.
“E não podemos esquecer que o governo justo, deve-se superar toda forma de corrupção. Não só no período eleitoral, mas em todo o percurso de governo. É necessário, da parte do povo, acompanhar, vigiar e analisar criticamente os atos dos escolhidos para o serviço público. A corrupção, seja de que proporção for, está intimamente ligada ao autoritarismo, à ganância de quem detém o poder e à falta de inteligência nos mecanismos de controle. Ela destrói valores, prejudica a representatividade e compromete os caminhos da democracia” salienta.
Por fim, garante que a atividade política é uma nobre forma de caridade e salienta que é preciso alimentar a esperança.
Orientações para o período eleitoral
A Assessoria de Relações Institucionais e Governamentais (RIG) da CNBB preparou um documento com respostas a vários questionamentos sobre a visão que Igreja tem da política, suas expectativas e qual o nível de participação e de engajamento nesse processo eleitoral.
A matéria completa pode ser conferida (AQUI).