No 25° Domingo do Tempo Comum, Jesus diz: "Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos”. Neste domingo, as leituras nos convidam a buscar a sabedoria que vem de Deus para servir com humildade.
O que vamos aprender nessa semana?
No Evangelho, Jesus ensina a importância de servir e da humildade. Na primeira leitura, o Livro da Sabedoria descreve como os ímpios planejam armadilhas contra o justo. Na segunda leitura, Tiago fala sobre a origem dos conflitos, atribuindo-os às paixões humanas.
Primeira Leitura (Sb 2,12.17-20)
Leitura do Livro da Sabedoria
Os ímpios dizem: Armemos ciladas ao justo, porque sua presença nos incomoda: ele se opõe ao nosso modo de agir, repreende em nós as transgressões da lei e nos reprova as faltas contra a nossa disciplina. Vejamos, pois, se é verdade o que ele diz, e comprovemos o que vai acontecer com ele. Se, de fato, o justo é 'filho de Deus', Deus o defenderá e o livrará das mãos dos seus inimigos. Vamos pô-lo à prova com ofensas e torturas, para ver a sua serenidade e provar a sua paciência; vamos condená-lo à morte vergonhosa, porque, de acordo com suas palavras, virá alguém em seu socorro'.
Salmo Responsorial – Sl 53(54),3-6.8 (R. 6b) – Deus é fiel aos oprimidos
O Salmo 53(54) é uma oração de súplica em que o salmista pede a Deus ajuda e proteção contra seus inimigos, expressando confiança de que Deus o salvará.
Refrão (6b): É o Senhor quem sustenta minha vida!
Por vosso nome, salvai-me, Senhor; e dai-me a vossa justiça! Ó meu Deus, atendei minha prece e escutai as palavras que eu digo! R.
Pois contra mim orgulhosos se insurgem, e violentos perseguem-me a vida:* não há lugar para Deus aos seus olhos. Quem me protege e me ampara é meu Deus; * é o Senhor quem sustenta minha vida! R.
Quero ofertar-vos o meu sacrifício* de coração e com muita alegria; quero louvar, ó Senhor, vosso nome, * quero cantar vosso nome que é bom! R.
Segunda Leitura (Tg 3,16-4,3)
Leitura da Carta de São Tiago
Caríssimos: Onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más. Por outra parte, a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimento. O fruto da justiça é semeado na paz, para aqueles que promovem a paz. De onde vêm as guerras? De onde vêm as brigas entre vós? Não vêm, justamente, das paixões que estão em conflito dentro de vós? Cobiçais, mas não conseguis ter. Matais e cultivais inveja, mas não conseguis êxito. Brigais e fazeis guerra, mas não conseguis possuir. E a razão está em que não pedis. Pedis, sim, mas não recebeis, porque pedis mal. Pois só quereis esbanjar o pedido nos vossos prazeres.
Evangelho (Mc 9,30-37)
Naquele tempo: Jesus e seus discípulos atravessavam a Galileia. Ele não queria que ninguém soubesse disso, pois estava ensinando a seus discípulos. E dizia-lhes: 'O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, três dias após sua morte, ele ressuscitará'. Os discípulos, porém, não compreendiam estas palavras e tinham medo de perguntar. Eles chegaram a Cafarnaum. Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: 'O que discutíeis pelo caminho?' Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior. Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse: 'Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!' Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles, e abraçando-a disse: 'Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo, não a mim, mas àquele que me enviou'.
Palavras do Papa
«Se alguém quiser ser o primeiro, há de ser o último de todos e o servo de todos» (v. 35). (...) O valor de uma pessoa já não depende do papel que desempenha, do sucesso que tem (...), mas pelo que se dá. Queres ser o primeiro? Serve. Este é o caminho. (...)
Servir não é uma expressão de cortesia: é fazer como Jesus fez, (...) que veio «não para ser servido, mas para servir» (Mc 10, 45). Assim disse o Senhor. Portanto, se quisermos seguir Jesus, devemos percorrer o caminho que ele mesmo traçou, a via do serviço. (...)
À medida que os nossos cuidados e disponibilidade para com os outros crescem, tornamo-nos mais livres por dentro, mais semelhantes a Jesus. (...) O menino, no Evangelho, não simboliza a inocência, mas a pequenez (...) Ao acolher aqueles que estão à margem, negligenciados, acolhemos Jesus, porque Ele está ali. (...)
Perguntemo-nos: será que eu, que sigo Jesus, me interesso por aqueles que são mais negligenciados? Ou, como os discípulos daquele dia, procuro gratificação pessoal? (Angelus, 19 de setembro de 2021)