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A liturgia desta terça-feira nos convida a contemplar o amor misericordioso de Deus, mesmo diante da rebeldia e das infidelidades do Seu povo. As leituras de hoje trazem mensagens profundas sobre pecado, arrependimento e salvação.
No livro de Números, vemos o povo de Israel caminhando pelo deserto, desanimado e impaciente. Eles murmuram contra Deus e Moisés, esquecendo-se de todos os sinais e maravilhas que o Senhor já havia operado em favor deles. O pecado da murmuração e da ingratidão os afasta de Deus, e as serpentes venenosas, consequência do pecado, começam a feri-los. No entanto, Deus, em Sua infinita misericórdia, oferece um sinal de cura e salvação: a serpente de bronze. Aqueles que, arrependidos, olhavam para ela eram curados. Esse episódio nos lembra que Deus nunca abandona o pecador, mas sempre oferece a chance de retornar a Ele.
O Salmo responsorial reforça o clamor do homem que sofre e busca a misericórdia divina: "Senhor, escutai a minha prece, e chegue até vós o meu clamor!" Aqui percebemos a força da oração sincera, que brota de um coração necessitado e confiante no amor de Deus.
No Evangelho, Jesus fala aos fariseus com palavras duras e, ao mesmo tempo, carregadas de verdade e esperança. Ele se apresenta como aquele que é enviado pelo Pai, o Filho de Deus, aquele que será "levantado" – numa referência direta à cruz. O mistério da cruz é o ponto de encontro entre o pecado da humanidade e a misericórdia divina. É na cruz que a salvação é oferecida a todos os que creem. Jesus nos chama à conversão, ao reconhecimento de que, sem Ele, "morreremos em nossos pecados". No entanto, Ele também nos convida a viver a luz de Sua verdade, a confiar em Sua presença salvadora.
Querido povo de Deus, as leituras de hoje nos ensinam que, mesmo nas situações de sofrimento e desespero, Deus nos oferece um caminho de salvação. Somos convidados a olhar para a cruz de Cristo, a enxergar nela a manifestação do amor de Deus que cura e liberta. Que a Quaresma seja para nós um tempo de conversão sincera, de abandono do pecado e de renovação de nossa confiança no Senhor.
Oremos para que, iluminados pela Palavra de Deus, possamos reconhecer nossas faltas, buscar o perdão e nos comprometer em viver como discípulos fiéis, olhando sempre para Jesus, nosso Salvador.
Assim seja!
Por Diácono Edson Araújo
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