O Dia de Unidade de Oração é uma iniciativa mensal organizada pela ACN, com a renovada parceria da CNBB, fortalecendo essa ação de solidariedade e comunhão. A cada mês, os cristãos serão convidados a se unir em oração por uma nação específica, especialmente aquelas marcadas por conflitos, perseguições religiosas e crises humanitárias.
A parceria entre a CNBB e a ACN fortalece a conexão entre o testemunho cristão e a ação pastoral, convidando todos os fiéis a serem agentes de esperança e transformação. Em comunhão com Mianmar, essa iniciativa reafirma o papel da Igreja no cuidado com aqueles que sofrem, promovendo uma cultura de paz, reconciliação e fraternidade, onde o Evangelho possa florescer e dar frutos de justiça e amor.
O bispo de Rondonópolis-Guiratinga (MT) e presidente da Comissão para a Ação Missionária da CNBB, dom Maurício Silva Jardim, enfatiza a importância de adesão à iniciativa: “Uniremos nossas vozes e corações para pedir a Deus paz, justiça e reconciliação para Mianmar, esta nação cujo povo tem enfrentado grandes desafios e sofre as consequências da violência e da instabilidade”, disse.
Dom Maurício recorda que o povo de Miamar vem sofrendo perseguições religiosas com destruição de locais de culto. “A minoria cristã vem sendo atacada e oprimida. Deus tenha misericórdia e que se encontre meios para promover a paz e a liberdade religiosa”, ressaltou.
O presidente da Comissão Missionária da CNBB motiva à oração durante as 24 horas do dia primeiro de fevereiro. “Convidamos você a se unir conosco em oração, pedindo a Deus que toque os corações daqueles que sofrem, que procuram a paz e daqueles que têm o poder de transformar a situação em Mianmar. Nossas orações podem nos transformar em instrumentos de paz!”
Entenda a realidade de Mianmar
O 1º de fevereiro marca quatro anos do golpe militar em Mianmar, a antiga Birmânia. Um golpe que pôs fim ao governo civil e arrastou o país para uma era de conflito e violência que continua até aos dias de hoje.
A situação no país é gravíssima do ponto de vista humanitário e dos direitos humanos. Desde 1 de Fevereiro de 2021, a data do golpe militar, já foram mortos milhares de civis, haverá também mais de 3,3 milhões de deslocados e há ainda mais de 30 mil pessoas detidas… No vídeo abaixo, o padre Estêvão Magro missionário do Pontifício Instituto das Missões Exteriores (PIME) em Mianmar fala sobre o realidade no país.
Como serão as 24 horas de oração
O dia será dividido em turnos de oração, permitindo a participação global durante as 24 horas. Cada um dos escritórios nacionais da ACN conduzirá seus próprios momentos de oração guiada, mas as pessoas também podem rezar individualmente e participar deste dia global de oração por Mianmar.
“Nós, da Ajuda à Igreja que Sofre, estamos profundamente comovidos com a situação em Mianmar. Este dia é uma oportunidade para todos, independentemente do seu local de origem, se unirem num apelo coletivo pela paz e reconciliação”, disse Regina Lynch, presidente executiva da ACN Internacional.
“Durante o dia de oração, queremos lembrar as vítimas do conflito, pedindo conforto para suas famílias e paz eterna para aqueles que partiram. Nossos irmãos e irmãs experimentam bombardeios, fome, falta de eletricidade e meios; padres e religiosos muitas vezes têm que viajar por dias para chegar às paróquias mais distantes, passando por situações perigosas, mas, apesar de tudo, continuam realizando seu trabalho”, explica Lynch.
“Eles nos agradecem pela ajuda dos benfeitores e nos pedem: ‘Por favor, ore por nós, ore por nossa segurança, ore por nossas famílias, ore por nosso povo’, então é isso que queremos fazer”, diz Lynch.
Neste dia, a ACN propõe recordar também outras intenções. Entre eles, os fiéis que foram deslocados de suas casas e vivem escondidos, enfrentando a incerteza e a pobreza; para os jovens, muitos dos quais foram deslocados pela guerra e enfrentam um futuro difícil devido às ameaças constantes; pelos religiosos e religiosas, que arriscam a vida para levar ajuda espiritual, às vezes vivendo ao ar livre para se protegerem dos bombardeios, mas não perdem a esperança; bem como para as vocações que estão surgindo em meio a esse sofrimento.
Dia de oração por Mianmar – Fundação AIS
Por Willian Bonfim