No 2° Domingo da Quaresma, Jesus transfigura-se na presença de Pedro, Tiago e João. Neste domingo, refletimos se obedecemos aos planos de Deus, mesmo diante do sofrimento.
O que vamos aprender nessa semana?
No Evangelho, Jesus transfigura-se, revelando Sua natureza divina. Na primeira leitura, Deus testa a fé de Abraão ao pedir que ele sacrifique seu filho Isaac. Na segunda leitura, Paulo reafirma que se Deus é por nós, ninguém será contra nós.
Primeira Leitura (Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18)
Leitura do Livro do Gênesis
Naqueles dias, Deus pôs Abraão à prova. Chamando-o, disse: "Abraão!" E ele respondeu: "Aqui estou". E Deus disse: "Toma teu filho único, Isaac, a quem tanto amas, dirige-te à terra de Moriá, e oferece-o aí em holocausto sobre um monte que eu te indicar". Chegados ao lugar indicado por Deus, Abraão ergueu um altar, colocou a lenha em cima, amarrou o filho e o pôs sobre a lenha em cima do altar. Depois, estendeu a mão, empunhando a faca para sacrificar o filho. E eis que o anjo do Senhor gritou do céu, dizendo: "Abraão! Abraão!" Ele respondeu: "Aqui estou!" E o anjo lhe disse: "Não estendas a mão contra teu filho e não lhe faças nenhum mal! Agora sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu filho único". Abraão, erguendo os olhos, viu um carneiro preso num espinheiro pelos chifres; foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto no lugar do seu filho. O anjo do Senhor chamou Abraão, pela segunda vez, do céu, e lhe disse: "Juro por mim mesmo — oráculo do Senhor —, uma vez que agiste deste modo e não me recusaste teu filho único, eu te abençoarei e tornarei tão numerosa tua descendência como as estrelas do céu e como as areias da praia do mar. Teus descendentes conquistarão as cidades dos inimigos. Por tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra, porque me obedeceste".
Salmo Responsorial – Sl 115(116B),10.15.16-17.18-19 (R. Sl 114,9) – Como agradecer a Deus?
O salmo 115(116) é um hino de gratidão. O salmista fala sobre como ele invocou o nome do Senhor em tempos de angústia e como Deus ouviu sua súplica.
Refrão (Sl 114,9): Andarei na presença de Deus, junto a ele na terra dos vivos.
Guardei a minha fé, mesmo dizendo: "É demais o sofrimento em minha vida!" É sentida por demais pelo Senhor a morte de seus santos, seus amigos. R.
Eis que sou o vosso servo, ó Senhor, † vosso servo que nasceu de vossa serva; mas me quebrastes os grilhões da escravidão! Por isso oferto um sacrifício de louvor, invocando o nome santo do Senhor. R.
Vou cumprir minhas promessas ao Senhor na presença de seu povo reunido; nos átrios da casa do Senhor, em teu meio, ó cidade de Sião! R.
Segunda Leitura (Rm 8,31b-34)
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos
Irmãos: Se Deus é por nós, quem será contra nós? Deus que não poupou seu próprio filho, mas o entregou por todos nós, como não nos daria tudo junto com ele? Quem acusará os escolhidos de Deus? Deus, que os declara justos? Quem condenará? Jesus Cristo, que morreu, mais ainda, que ressuscitou, e está, à direita de Deus, intercedendo por nós?
Evangelho (Mc 9,2-10)
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles. Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar. Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus. Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: "Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias". Pedro não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo. Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: "Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!" E, de repente, olhando em volta, não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus com eles. Ao descerem da montanha, Jesus ordenou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos. Eles observaram esta ordem, mas comentavam entre si o que queria dizer "ressuscitar dos mortos".
Palavras do Papa
A Transfiguração de Cristo indica-nos a perspectiva cristã do sofrimento. O sofrimento não é sadomasoquismo: ele é uma passagem necessária, mas transitória. O ponto de chegada para o qual somos chamados é luminoso como o rosto de Cristo transfigurado: n’Ele encontram-se a salvação, a bem-aventurança, a luz, o amor ilimitado de Deus. Mostrando assim a sua glória, Jesus assegura-nos que a cruz, as provações e as dificuldades com as quais nos debatemos têm a sua solução e superação na Páscoa. Por isso, nesta Quaresma, subamos também nós ao monte com Jesus! Mas de que modo? Com a oração. Subamos ao monte com a oração: a prece silenciosa, a oração do coração, a oração, sempre à procura do Senhor. Permaneçamos alguns momentos em recolhimento, um pouquinho todos os dias, fixemos o olhar interior na sua face e deixemos que a sua luz nos invada e se irradie na nossa vida. (Angelus, 17 de março de 2019)